Programa Adorno Zero conscientiza servidores da saúde para evitar uso de acessórios
As normas desse programa recomendam aos servidores em regime de CLT, emergenciais e terceirizados que evitem o uso de alianças, anéis, brincos, óculos, presilhas de metal para cabelo, piercing, pulseiras e relógios.
Priscylla Gomes, servidora do Núcleo de Resíduos Sólidos do Hospital de Base Dr; Ary Pinheiro, em Porto Velho, é casada há quatro anos, mas não usa mais aliança e brincos durante o expediente. Ela cumpre resoluções de segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, adotadas pelo programa Adorno Zero, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
As normas desse programa recomendam aos servidores em regime de CLT, emergenciais e terceirizados que evitem o uso de alianças, anéis, brincos, óculos, presilhas de metal para cabelo, piercing, pulseiras e relógios.
A exemplo de todas as mudanças de métodos de trabalho e de costumes que fazem parte da tradição cultural brasileira, o Núcleo de Educação se depara com a resistência de muitos servidores, aos quais faz ver que esses cuidados previnem infecções.
“Todos sabemos que os equipamentos de proteção individual (EPI) muitas vezes esquentam, mas são eficazes”, explicou Roseana Vasconcelos, responsável pelo monitoramento do Complexo Norte de fiscalização do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmet).
Botas, luvas, máscaras e tocas podem até incomodar, porém, proporcionam a devida assepsia no local de trabalho.
“É uma peleja, mas a nossa missão se repete a cada dia”, disse Francisca Nogueira, do Núcleo de Segurança do Paciente do HB.
Funciona assim a fiscalização: o Hospital Infantil Cosme e Damião, o HB e a Policlínica Oswaldo Cruz (POC) integram o Complexo Norte; o Centro de Medicina Tropical (Cemetron) e o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II formam o Complexo Sul.
Se tiverem condições de enxergar bem, técnicos e demais servidores também devem dispensar os óculos quando estiverem cuidando de pacientes ou manejando medicamentos e equipamentos cirúrgicos.
EM CAIXINHAS E NOS BOLSOS
Servidores guardam seus pertences em caixinhas ou nos próprios bolsos de roupas e jalecos. Esse último item foi igualmente visado pela fiscalização, pois grande parte dos servidores frequentava refeitórios com os jalecos, mas foram orientados a deixá-los pendurados no cabide, em suas salas de trabalho.
Há duas semanas, oito técnicos do Sesmet que se revezam pela manhã e à tarde, fiscalizaram o Hospital Infantil Cosme e Damião.
A Norma Reguladora nº 32 [segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde] atende diretamente às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela também abrange resíduos, radiações ionizantes, conforto por ocasião das refeições, serviços na lavanderia e em setores de limpeza, conservação e manutenção, máquinas e equipamentos.
MONITORAMENTO PERMANENTE
Campanhas e atitudes de conscientização são permanentes. Às 10h dessa quinta-feira (18), por exemplo, Francisca Nogueira conversou com uma vigilante no principal corredor do HB, a respeito do uso de brincos.
No mesmo corredor, a técnica de enfermagem Estelita Capelaro usava um relógio que, apesar de constar na lista dos objetos de uso não recomendado, serve-lhe para contar o tempo no exame de pulsação e batimentos cardíacos do paciente.
Segundo Roseana Vasconcelos, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais elaborado para o biênio 2017-2018 contém orientações a respeito de acidentes de trabalho, problemas ergonômicos, fisiológicos e químicos, entre outros.
Além da aplicação do programa nas unidades hospitalares, Roseana é também responsável pela organização das eleições da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e dos treinamentos proporcionados por esse órgão aos mais de 1,7 mil servidores.
“Desde o início a sensibilização é para todas as categorias; promovemos pit stops e fazemos visitas constantes”, explicou a enfermeira Patrícia Oliveira da Silva, responsável pelo Complexo Norte do Núcleo de Educação Permanente e integrante do Sesmet.