Foto: Toni Francis/G1 RO
Usuários de ônibus que utilizam o Terminal Leste, antigo terminal de integração, na região do Cai N’Água, estão reclamando da falta de segurança no local e dizem que a ação de ladrões é comum, principalmente à noite. Conforme relatos de passageiros, com a falta de policiamento e iluminação no local os criminosos aproveitam para roubar os passageiros.
A trabalhadora de serviços gerais Lucélia Flores de Oliveira, de 39 anos, diz que já foi vítima da ação de marginais no Cai N'Água, uma experiência que ela prefere não repetir.
“Foi aterrorizante. O bandido chegou com uma faca e ameaçou me matar caso não entregasse o celular”, relata.
Segundo ela, o criminoso chegou a encostar a faca no ombro dela. “Depois que pegou o telefone, o ladrão correu, mas umas pessoas que estavam aqui saíram atrás dele e recuperaram o aparelho”.
Ainda segundo Lucélia Flores, o suspeito estava de bicicleta e, na fuga, chegou a ameaçar as pessoas apontando a faca para elas, contudo, em menor número, ele acabou se desfazendo de celular e fugiu.
“O roubo aconteceu no período da tarde, há pouco mais de um mês”, lembra Lucélia.
A estudante de fisioterapia Amanda Castro, de 21 anos, diz que já presenciou um assalto dentro do terminal e que a ação foi filmada por uma amiga. Segundo ela, os bandidos costumam atacar quem anda com mochilas ou bolsas.
Com uma barraca montada dentro do perímetro do terminal de ônibus, a comerciante Maria Elize, de 18 anos, fala que já presenciou três assaltos em poucas semanas. “Uma jovem teve o aparelho celular roubado. O ladrão passou pela vítima, que estava distraída, arrancou o celular das mãos dela e correu”, conta.
Elize conta que à noite não trabalha mais, pois o local tem iluminação precária e nenhuma segurança, tornando um ambiente propício à ação de criminosos.
“Além da insegurança, o terminal, que já não é mais de integração, é carente de banheiros. Os que têm estão depredados e inutilizáveis, o calçamento está esburacado, tanto que uma das pistas foi interditada devido ao número de buracos”, acentua a comerciante.
Outro lado
Sobre o policiamento no terminal, o comandante geral da Polícia Militar, Ênedy Dias de Araújo, disse que o mesmo tem sido feito rotineiramente.
"O patrulhamento na região central de Porto Velho, incluindo o terminal, é feito diuturnamente por homens do 1º Batalhão da PM”.
Segundo ele, o índice de criminalidade na região não é alto. "Há uma ou duas ocorrências e as pessoas fazem um alarde, mas todos os casos são atendidos pela PM”, explicou.
Sobre a falta de iluminação, a Empresa de Desenvolvimento Urbano (Emdur) iluminou vários bairros da capital, incluindo o terminal do Cai N'Água, em maio.
Com relação a estrutura do terminal de ônibus, a assessoria do consórcio Sim, responsável pelo transporte público urbano em Porto Velho, explicou que a responsabilidade de manutenção do local é da prefeitura. "Nossa obrigação é manter os coletivos transitando pelo local", disse a assessoria por telefone.
O titular da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Semtran), Marden Ivan de Carvalho Negrão, explicou que a secretaria tem responsabilidade sobre o local e que um levantamento de zeladoria já foi feito para as melhorias no terminal.
“Isso inclui banheiro, hidráulica e fiação elétrica”, salientou, acrescentando que a iluminação da região é precária porque os fios são roubados sempre que são renovados.
Maden Negrão disse ainda que, em 160 dias,a Semtran terá em mãos o resultado de um estudo do Plano de Mobilidade que, dentre outras coisas, resultará na possível mudança de local do terminal de integração.