“Não é justa a armação dos frigoríficos contra os produtores e contra o Estado de Rondônia, que concedeu muitos incentivos fiscais e operacionais a essas empresas para se instalarem”. A informação foi feita na quinta-feira (27) pelo deputado Adelino Follador (DEM), durante a realização do Grito dos Pecuaristas na sede da Associação dos Produtores (APA), em Ariquemes, que reuniu pecuaristas, empresários e políticos.
Segundo ele, um estado com a vocação de Rondônia, baseado no setor produtivo, não pode aceitar o comando de um agente externo que não tem compromisso com o Estado. O deputado afirmou que a prática da cartelização é um crime contra a economia, portanto passível de punição, já que os pecuaristas (ele também é pecuarista) estão sendo massacrados e o estado perdendo divisas e empregos.
Adelino Follador fez questão de lembrar que Rondônia hoje tem 120 mil propriedades produtivas e 13 milhões de cabeças de gado no pasto. Esses números classificam o Estado como o sétimo maior rebanho do País, fato que deveria estimular ainda mais os produtores e a indústria, o que não ocorre. Segundo ele, os frigoríficos estão pagando até 30% a menos pelo preço da arroba do boi em Rondônia em comparação com estados como São Paulo, por exemplo.
Chantagem
Unido aos produtores e a agentes públicos e políticos, o deputado disse que há uma prática corrente entre os frigoríficos, de paralisar atividades e ameaçar seus operários de demissão em massa cada vez que precisa das benesses do Estado, em especial, quando o prazo de algum incentivo fiscal está para expirar.
Follador classificou de absurda, uma chantagem sórdida contra o Governo, ressaltando que o Estado se sente obrigado a dar tratamento diferenciado aos frigoríficos em detrimento a outras empresas aqui instaladas.
“Se não for estendido o prazo de vencimento dos incentivos fiscais eles simplesmente paralisam as atividades”, disse o parlamentar acrescentando que a chantagem é método dos donos de frigoríficos, “situação que praticamente todos têm conhecimento dentro da Secretaria da Agricultura, mas ninguém ousa comentar”, disse.
Criticando a prática que segundo ele é típica da máfia, Adelino Follador elogiou a postura do presidente da ALE Maurão de Carvalho (PP), que se mantém firme no compromisso de investigar e trazer à luz os fatos e encaminhar todas as providências, o que será feito pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada para este fim.