Banda de Música da Polícia Militar de Rondônia encanta e emociona o público há 40 anos
Bem movimentada é rotina dessa corporação hoje com 23 integrantes, nascida em 1944, extinta do quadro de organização da ex-Guarda Territorial, e absolvida em 1977 pela PM.
Na lousa da sala de ensaio, marchas militares e hinos cívicos são atualmente prioritários. Escolas e órgãos públicos já pedem a presença da Banda Musical da Polícia Militar de Rondônia em atos comemorativos à Semana da Pátria.
Na manhã desta terça-feira (15), ela tocou na solenidade dos 44 anos de criação da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM); à noite, se apresentaria no ato de formatura de alunos do Programa Educacional de Resistência às Drogas, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Presidente Tancredo Neves, no bairro Caladinho, zona sul de Porto Velho.
Recentemente, em 30 de julho, a banda animou a solenidade de reinauguração do ginásio poliesportivo Capitão Cláudio Coutinho.
Bem movimentada é rotina dessa corporação hoje com 23 integrantes, nascida em 1944, extinta do quadro de organização da ex-Guarda Territorial, e absolvida em 1977 pela PM.
“A música transmite alegria às pessoas, e esse é o nosso ganho maior”, disse o regente, subtenente músico Jairo Batista Ferreira, pernambucano de Recife, que já tocou trombone e bombardino.
Já teve mais músicos. Ao assumir a regência, o subtenente Jairo contava com 33. PMs que passam ao quadro da reserva desfalcam a banda. Concursos internos aos poucos se exauriram e a esperança do subtenente é o projeto do comando para lançar concurso específico que engaje soldados músicos. “Atualmente, o ingresso está limitado a cabos”, explicou.
HOMENAGEM
O subtenente Jairo, 10º no histórico dos regentes, menciona os demais: 1º o 2º sargento Carlos Sinfontes; 2º o subtenente Dantas; 3º o subtenente Daniel; 4º o subtenente Samuel; 5º o tenente Celestino; 6º o 2º tenente Edivaldo; 7º o subtenente Tadeu Sinfontes; 8º o subtenente Schuindt; 9º o subtenente Dantas.
O sub Tadeu, filho do pioneiro Sinfontes, que tocava trompete, tocou trombone. O sub Dantas, filho do 2º regente Dantas, tocou saxofone.
Na visão de Jairo, essa mesma abnegação e tradição musical de pai para filho que “segurou” a banda naquele outubro inesquecível para o Brasil. Em um choque aviões no Ceará morria o presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco.
“A banda conhecida naquele período pelo apelido de Furiosa, sobreviveu graças ao sublime voluntariado de alguns de seus integrantes”, disse o regente. Puxou da gaveta uma folha de papel com os nomes deles digitados: Alair, o regente Carlos Sinfonte, Nézio, Sebastião, entre outros guardas. “Eles não permitiram a extinção de vez, e sempre que a situação permitia executavam algumas tocatas”.
Foi o conhecido “tempo dos arigós” (soldados da borracha), quando a Guarda Territorial tinha um efetivo de 600 homens, entre eles, esses seringueiros. O ano, 1944, durante a 2ª Guerra Mundial.
Conversando com o então comandante, coronel Milton Queiroz de Carvalho, o governador Aluízio Ferreira sugeriu-lhe a formação da banda, e em agosto daquele ano ela nascia, contando com dez músicos e aprendizes. Logo na estreia, o grupo abrilhantou uma solenidade de formatura na sede do extinto Clube Internacional, mais tarde, sede do Ferroviário Atlético Clube, na Avenida Sete de Setembro.
Quarenta anos atrás, quando a PM organizou seus quadros, em 1977, coube à banda fazer parte de um deles, contando então com 20 integrantes.
A partir de então, destacou-se permanentemente e ganhou conceito entre a população. Até 2007, apresentava-se em solenidades religiosas, atualmente atua apenas na parte cívica dos atos eclesiais, segundo o subtenente Jairo, “em respeito à compreensão e à tradição de cada credo e culto”.
E os melhores momentos se repetem, com algumas diferenças. Antes, a banda mostrava seu talento em tocatas e retretas nas praças, clubes e escolas. Hoje, segue aplaudida de pé em escolas e órgãos públicos, a exemplo do que ocorreu na sede da CPRM.