O 7º Batalhão da Polícia Militar de Rondônia, sediado em Ariquemes, a 200 quilômetros de Porto Velho, recebeu reforço policial durante a semana. Agora integrantes do 2º Batalhão da PM de Ji-Paraná, das guarnições de Ouro Preto do Oeste, Buritis e Grupamento de Operações Especiais (GOE) participam das operações em toda a região para combater os crimes de pistolagem praticados por uma organização criminosa infiltrada no movimento social.
Policiais civis já investigam, inclusive, uma possível ligação do grupo com o assassinato do fazendeiro Hiran Alves de Cristo, de 42 anos, na segunda-feira (8), na zona rural do município de Campo Novo de Rondônia.
A vítima sofreu uma emboscada, de acordo com uma testemunha que, em depoimento, contou que o crime aconteceu na porteira da propriedade, e que três homens que vestiam roupas camufladas e capuz foram os autores dos disparos.
Em Monte Negro, onde se reuniu com os coordenadores da operação e lideranças locais, o comandante geral da PM, coronel Ênedy Dias, explicou que o estado utilizará todos os meios disponíveis no combate ao chamado crime de pistolagem e invasão de áreas de conservação ambiental.
O grupo criminoso, segundo ainda o coronel, é responsável pela prática da maioria dos homicídios – roubo seguido de morte -, invasão de áreas de conservação ambiental particulares, retirada ilegal de madeira e prática de especulação fundiária por meio da venda de lotes rurais dentro de áreas de preservação na região do Vale do Jamari.
O combate à violência no campo, crime de pistolagem e assaltos a bancos será desenvolvido de forma articulada com todas as polícias e integrantes do Grupamento de Operações Especiais (GOE) de Ji-Paraná.
Uma das medidas já em execução é a intensificação das ações de patrulhamento rural para identificar criminosos, recuperar veículos roubados e assegurar o direito à propriedade das áreas invadidas, e que se tornaram alvo dos ataques violentos desse grupo armado interessado na invasão de propriedades “para desmatar, vender a madeira e depois negociar a terra em forma de lotes”.
Investigação
Num trabalho paralelo à intensificação das ações de patrulhamento rural da PM, a Polícia Civil trabalha na investigação dos crimes praticados no grupo.
Em parceria com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) foram iniciadas também novas ações do Grupo de Operações Aéreas (GOA) para identificar possíveis focos de queimadas e pontos de invasão de áreas de proteção, crimes ambientais e roubo de madeiras de reservas permanentes.
Patrulhamento é reação imediata. Todas as fazendas com algum histórico de invasão são inseridas na lista do Programa de Patrulhamento Rural (PPR). A meta é reforçar esse trabalho, e a polícia também montou barreiras na área rural com o objetivo de identificar pessoas suspeitas, recuperar veículos e apreender armas sem registro.
O Serviço de Inteligência já trabalha na localização do esconderijo das armas utilizadas pelos criminosos. Além de buscar a identificação de foragidos da Justiça que atuam nessas organizações.
O coronel Ênedy ressaltou que o governo de Rondônia determinou o imediato reforço do policiamento em todas às modalidades, como patrulhamento rural, operações especiais, inteligência, patrulhamento aéreo e as investigações da Polícia Civil para intensificar o combate à violência no campo.
Parte dos novos policiais que estão em fase de conclusão do curso preparatório será designada para atuar na região do Vale do Jamari.
O comandante fez um apelo à população para que todo e qualquer cidadão ajude a polícia por meio de denúncias anônimas ou mesmo procurando um policial para denunciar as ameaças, ou, se preferir, ligar para o telefone 190 e ainda acessar o portal da Polícia Militar: www. pm.ro.gov.br ou a fanpage no facebook relatando a informação de forma segura sob sigilo da fonte.
O mesmo apelo foi feito em Ariquemes, na terça-feira (9), durante reunião com produtores rurais e integrantes da Associação dos Pecuaristas de Ariquemes (APA).
O governo de Rondônia, segundo o comandante, agirá para desarticular esse grupo na forma da lei, com a força do estado, com as Polícias Militar e Civil e todos os órgãos de segurança pública juntos para restabelecer a ordem pública e manter a tranquilidade da população.