A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES se reúne nesta terça-feira (16) para analisar e votar o relatório final, que será apresentado pelo deputado José Rocha (PR-BA). A comissão foi criada em agosto para investigar supostas irregularidades em empréstimos concedidos pelo banco entre 2003 e 2015.
Ao longo dos trabalhos, a CPI ouviu 23 pessoas, entre as quais o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho; diretores do banco; donos de empresas beneficiadas com empréstimos, como o empresário Eike Batista; e pessoas investigadas pela Operação Lava Jato, como o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Antes do recesso do Carnaval, os quatro sub-relatores da CPI apresentaram relatórios setoriais, que podem ou não ser aproveitados pelo relator.
Um deles, do deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO), pede o indiciamento do presidente do BNDES e da empresária Carolina Pimentel, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o que gerou críticas de deputados aliados ao governo. Eles alegaram que não há provas de irregularidades nos empréstimos e que a CPI não investigou a empresária, que é alvo da Operação Acrônimo, da Polícia Federal.
Outro sub-relator, o deputado Andre Moura (PSC-SE) apontou irregularidades na concessão de financiamentos do banco e criticou a política de formação de empresas "campeãs nacionais", que beneficiou grandes companhias.
Prioridades
O relator da CPI, deputado José Rocha, passou o Carnaval analisando os sub-relatórios e adiantou que vai propor que o BNDES priorize pequenas e médias empresas e invista mais em desenvolvimento de tecnologia.
"É um banco social, é um banco de desenvolvimento econômico, tem que trabalhar mais voltado para médias e pequenas empresas na ciência e tecnologia. O País, para ser desenvolvido, precisa muito de investimentos nessa área da ciência e tecnologia, da educação. O BNDES pode dar essa contribuição e eu acredito que não vem dando ao longo do tempo", disse Rocha.
Prazo de encerramento
A CPI do BNDES termina oficialmente no dia 18, quinta-feira, dois dias depois da apresentação do relatório final, que pode não ser votado nesta terça se algum deputado pedir vista. Se isso acontecer, a votação do relatório pode ser adiada por duas sessões, o que vai coincidir com o último dia de funcionamento da CPI.