Escola João Bento da Costa, de Porto Velho, concorre ao Prêmio Gestão Escolar 2017 com o projeto Terceirão
As primeiras colocadas nas cinco regiões brasileiras irão concorrer ao Prêmio Escola Referência Nacional. A premiação é de R$ 30 mil concedidos pelo Concelho Nacional de Secretários de Educação, que promove o evento em parceria com o MEC e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação.
Referência em aprovação de alunos em vestibulares, a Escola Estadual de Ensino Médio João bento da Costa, de Porto Velho, foi a vencedora da etapa estadual do Prêmio Gestão Escolar (PGE-2017), e agora concorre ao destaque regional, cujo resultado será divulgado durante evento que acontecerá nos dias 19 e 20 deste mês, em Rio Branco (AC). As primeiras colocadas nas cinco regiões brasileiras irão concorrer ao Prêmio Escola Referência Nacional no dia 6 de dezembro. A premiação consiste em R$ 30 mil concedidos pelo Concelho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que promove o evento há 19 anos em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
No ano passado, a vencedora foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marechal Rondon, de Vilhena, o que garantiu ao diretor Flávio Antônio da Graça uma viagem de Intercâmbio aos Estados Unidos.
De acordo com a coordenadora estadual do PGE, Elizabete Siqueira, Rondônia sempre tem garantido participação, e neste ano já se destacou em nível nacional como o segundo Estado que mais teve escolas inscritas, 318, o que equivale a 31% do total de 1.143 instituições de ensino público. O Estado que mais teve inscrições foi o Tocantins, com 401, ou 37,7% das 1.486. Em todo o País há 146.065 escolas públicas, mas apenas 4.119 concorreram.
“O prêmio é uma iniciativa do Consed que estimula as escolas públicas a se autoavaliarem e a elaborar um plano de gestão e de ação com a participação da comunidade escolar buscando ou promovendo as boas práticas de gestão, além de incentivar o intercâmbio ou a troca de experiências para o aprimoramento do processo ensino aprendizagem”, explicou a coordenadora, que atualmente também responde pela Diretoria Geral da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
Até o ano passado, a premiação para o diretor da escola vencedora em nível nacional era uma viagem aos Estados Unidos, mas neste ano, com a mudança do presidente daquele País, a parceria não foi renovada, por isso a premiação consiste em R$ 30 mil para ser aplicados na melhoria da estrutura física e pedagógica da escola. Os gestores das escolas vencedoras na fase regional, cinco ao todo, inclusive o vencedor da fase nacional, ganharão uma viagem de intercâmbio para um País da América Latina, ainda não definido; enquanto os das escolas referência em nível estadual farão uma viagem para um Estado brasileiro, também a ser definido.
“A partir deste ano o PGE foi institucionalizado como processo de avaliação semestral das instituições”, disse Elizabete, que em 2005 ganhou uma viagem para os Estados representando a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Álvares de Azevedo, de Vilhena, que ganhou o prêmio com o projeto: Pais Participativos, Escola Fortalecida. “Para mim foi uma experiência gratificante. Pude perceber que as escolas públicas de lá são melhores que as privadas, são muito respeitadas e há envolvimento maior da família. Mas, apesar disso, constatei que aqui fazemos muito, com o pouco que temos, e esta constatação também existe lá. O prêmio é importante porque estimula os gestores”, afirmou a coordenadora, completando que, embora esta edição não tenha a viagem aos Estados Unidos, a premiação não deixa de ser importante, pois o foco é a busca de boas práticas para a melhoria da gestão escolar.
A avaliação das escolas em nível estadual é feita com visitas técnicas para verificar se as informações constantes na ficha de inscrição condizem com a realidade observada, sendo que, por ocasião dessas visitas, poderá ser solicitada a comprovação documental das informações. Na etapa regional, os comitês contam com especialistas contratados pela Coordenação Nacional do Prêmio Gestão Escolar, que utilizam como objeto de análise a ficha de inscrição elaborada pela escola. Ao final, na etapa nacional, a comissão, composta por representantes das instituições parceiras e do Consed, por meio de voto direto, secreto e unipessoal, indicará a escola “Referência Brasil” a partir da análise da ficha de inscrição e de entrevistas com os diretores.
TERCEIRÃO
A Escola João Bento da Costa, que tem matriculados neste ano 3.330 alunos, concorre ao prêmio referência nacional com o projeto Teiceirão, criado há cerca de 15 anos por um grupo de professores, da própria instituição, com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos alunos vestibulandos, e que anualmente vem mostrando que uma escola pública pode se destacar com a aprovação em vestibulares para cursos com recordes de concorrência.
Conforme o diretor Francisco Rodrigues Lopes, de um total de 560 alunos, a escola teve aprovados 500 em vestibulares realizados neste ano. Os cursos são diversos, inclusive medicina e direito, os mais concorridos, e nos últimos quatro anos tem ocupado as melhores colocações no ranking entre as escolas públicas e privadas nos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Conforme dados do MEC, a escola chegou a ocupar o primeiro lugar no Estado de Rondônia, com média superior aos 514 pontos na prova objetiva e 574 na redação; e entre as escolas estaduais da região Norte e do País ficou em terceiro lugar, perdendo apenas para o Colégio Militar da Polícia Militar do Amazonas e para a Escola Estadual de Tempo Integral Marcantonio Villaça II, também daquele Estado, em 2013.
O diretor explicou que o Terceirão faz a diferença porque inicia já no 1º ano do Ensino Médio com simulados e aulões, com carga horária de 800 horas. Já no 3º ano são 1.200 horas com aulas aos sábados, domingos e feriados. Ao todo são 18 professores, muitos deles com mestrado ou doutorado, que ministram as aulas com o compromisso assumido de que não podem aderir a greves. Embora a escola funcione nos três turnos, o projeto atende apenas aos alunos do 3º ano da manhã (das 7h30 às 12h50) e tarde (13h30 às 18h50). Os demais alunos estudam das 7h30 às 11h45, das 13h30 às 17h45 e das 19h às 22h45. “À noite, como a maioria dos alunos trabalha durante o dia, não temos Terceirão, apenas o 3º ano normal, devido à carga horária ser muito puxada”, adiantou o diretor.
Além do MEC e da Undime, o Consed tem como parceiros neste ano a Unesco, Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, Fundação Itaú Social, Fundação Lemann, Instituto Natura, Gerdau, Fundação Santillana, Fundação Victor Civita e Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).