Rondônia acolhe imigrantes e incentiva empreendedores; maioria é de origem portuguesa e boliviana
O Estado possui 122.974 empresas ativas, segundo a Jucer, destas 486 possui proprietários, sócios ou diretores estrangeiros. Gente que saiu de longe para investir em Rondônia e hoje causam um impacto positivo na economia com a geração de emprego e renda.
Rondônia é um dos estados mais jovens do Brasil. Tem apenas 35 anos e seu povoamento é marcado por constantes ciclos migratórios. Foi na década de 70 que ocorreu o mais intenso deles com incentivo do governo Federal em uma ação estratégica de promover a integração nacional. Ao longo das três décadas e meia, o Estado cresceu, evolui e o tão almejado desenvolvimento sustentável avança em uma construção coletiva.
Os olhos do país e do mundo continuam a se voltar para cá. E isso tem justificativa: Rondônia é considerada terra de oportunidades. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Superintendência de Desenvolvimento do Estado de Rondônia (Suder), se mantém crescente, mesmo com os contratempos na economia nacional.
O Estado possui 122.974 empresas ativas, segundo a Jucer, destas 486 possui proprietários, sócios ou diretores estrangeiros. Gente que saiu de longe para investir em Rondônia e hoje causam um impacto positivo na economia com a geração de emprego e renda.
Os principais ramos de investimentos dos empresários estrangeiros em Rondônia são comércio, construção civil; negócios agropecuários; transporte e logística; saúde; restaurantes e lanchonetes; telecomunicações e tecnologia da informação – TI; agências financeiras; mineração; hotelaria; energia; imobiliário, contabilidade e educação.
Eles são de origem afegane (9), alemã (8); andorrana (1); angolana (1); argentina (22); australiana (1); belga (4); boliviana (163); britânica (3); cabo-verdiana (1), canadense (1); cazaque (1); chilena (8); chinesa (28); colombiana (4); cubana (9); dinamarquesa (3); egípcia (1); equatoriana (2); espanhola (31);
E ainda francesa (14); guatemalteca (1); guianense (1); haitiana (1); holandesa (1); indiana (11); inglesa (1); israelense (1); italiana (21); japonesa (25); jordaniana (4); libanesa (9); mexicana (9); nicaraguense (1); norte-americana (20); palestina (4); paraguaia (4); peruana (40); portuguesa (76); salvadorenha (1); síria (1); suíça (3); sul-africana (2); sul-coreana (2); território britânico no oceano índico (1); uruguaia (8) e venezuelana (6).
O italiano Cláudio Guastella afirma que fez de Rondônia seu lar
O italiano Cláudio Guastella está na capital de Rondônia há 15 anos onde mantém um restaurante de renome na gastronomia do Estado com geração de 25 empregos diretos e mais cerca de 20 indiretos. O estabelecimento fica em um dos primeiros bairros de Porto Velho, o Caiari. A escolha do lugar foi estratégica. Ele queria em um mesmo lugar valorizar o patrimônio histórico do Estado aproveitando um espaço que mantém a arquitetura das casas da época da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e ali colocar a essência italiana.
Ele conseguiu. O local se tornou aconchegante. Tem quadros que remetem à Itália, uma decoração que imita uma fachada de uma casa tipicamente italiana e um espaço subterrâneo que lembra as ruínas greco-romanas. A pizza é feita em forno italiano construído pelo pai de Cláudio, mas os ingredientes são da terra. Tomates, mussarela, tudo vem do agronegócio rondoniense.
Cláudio é da região da Sicília e conta que foi o fato da esposa ser de Rondônia que lhe motivou a fixar residência no Estado e aqui descobriu que se tratava de uma terra de oportunidade. ‘‘Como um italiano apaixonado pela cozinha percebi em Porto Velho a chance de ter um negócio no ramo de alimentação fora do lar que a cidade era carente, mas ainda na parte da culinária italiana’’, recorda.
Assim como ele encontrou espaço para viver e desenvolver seu negócio em Rondônia, Cláudio também acredita que outros também possam encontrar muitas oportunidades no Estado. ‘‘Enquanto algumas pessoas veem dificuldades, outros veem oportunidades de negócios. Em outros estados do Brasil já formados, estruturados, fica mais difícil, tem muita concorrência, aqui em Rondônia tem espaço para todo mundo, é só você descobrir aquilo que você é bom e explorar sua habilidade’’, avalia.
Cláudio também destaca que Rondônia é um estado receptivo para estrangeiros. ‘‘O Brasil é um país acolhedor e Rondônia mais ainda. Há muitas pessoas de outros países e outros estados. Então prevalece o sentimento de fazer amizade, de fazer família. O Estado me adotou e eu adotei o Estado. Me sinto rondoniense e tento dar minha contribuição para o desenvolvimento sustentável desse Estado. Eu fiz daqui o meu lar e não me arrependo’’, garante.
ATRATIVOS
Rondônia não teve nenhum ano de crescimento negativo. Em 2015, o PIB cresceu 3,2% . Já em 2016, 4,7 %; e agora em 2017 apresentou um crescimento de 4,8%’. Segundo o superintendente da Suder, Basílio Leandro de Oliveira, esses resultados são reflexos de ações estratégicas como a contenção de despesa pelo governo e incentivo de fortalecimento do setor agrícola.
O Estado tem vocação para produção de alimentos. É líder na produção nacional em cativeiro de peixe em água doce, está entre os maiores estados brasileiros produtores de café, sendo o segundo maior produtor de café canéfora (conilon e robusta) no País. Tem ainda a maior produção de leite da região Norte e a 7ª maior do país. O rebanho ultrapassa 13 milhões de bovinos.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa da produção de grãos para a safra 2016/2017 em Rondônia é de 1,6 milhão de toneladas, principalmente soja e milho. O arroz deve alcançar uma produção de 134,6 mil de toneladas.
‘‘O mundo tem fome, principalmente os países asiáticos e europeus que não tem mais condição de aumentar a sua produção de alimentos, tem que migrar para outros países, um deles é o Brasil, e Rondônia se destaca como estado que tem elevado bastante a sua produção agrícola e pecuária’’, afirma o governador Confúcio Moura.
A Suder aponta outros motivos pelos quais o Estado atraiu e atrai até hoje gente de vários cantos do país e do mundo. Entre elas está a localização privilegiada em relação aos países andinos, bem no coração da América Latina, conta ainda com um modal hidroviário atraente devido o custo menor em relação ao rodoviário e já está com o porto alfandegado em funcionamento.
Durante a gestão do governador Confúcio Moura, as políticas de incentivo para instalação de empresas em Rondônia tem se fortalecido. Rondônia tem oferecido incentivos fiscais como do ICMS de até 85% para instalação de empresas, ICMS de frete e de energia até 50% e uma política de doação de terrenos, especialmente no distrito industrial.