Mãe de grávida sumida há 13 dias reconhece calcinha da filha achada em suposto cativeiro de RO
A jovem está desaparecida desde o dia 27 de outubro, quando saiu de casa para cobrar a pensão do ex-marido e exigir que ele assumisse a paternidade do filho que ela espera. Maria das Graças Mendonça gravou um vídeo dizendo que os objetos são de Taina e que acredita que a filha ainda esteja viva.
A mãe da jovem grávida Taina Carina de Lima Mendonça, de 21 anos, reconheceu nesta quinta-feira (9) um batom e uma calcinha encontrados no interior de uma suposta residência servida de cativeiro da filha na zona rural de Monte Negro (RO), no Vale do Jamari.
Maria das Graças Mendonça gravou um vídeo dizendo que os objetos são de Taina e que acredita que a filha ainda esteja viva.
A jovem está desaparecida desde o dia 27 de outubro, quando saiu de casa para cobrar a pensão do ex-marido e exigir que ele assumisse a paternidade do filho que ela espera.
No vídeo, Maria das Graças agradece a todos que estão empenhados nas buscas durante os 13 dias desde o desaparecimento e a todos que pedem pela saúde da filha.
“Deus está mostrando um caminho de que ela está viva, eu sempre senti ela viva, eu nunca senti ela morta e não vou sentir no meu coração de mãe. Eu reconheci as coisas que estavam naquele cativeiro. O batom e a calcinha realmente eram dela. A gente só não achou ela lá, mas eu sei que ela está próxima”, comenta.
A mãe de Taina Carina ainda pede para que todos reforcem as orações, por que mais uma esperança apareceu após os objetos serem encontrados no suposto cativeiro.
“Uma luz se acendeu na minha vida, no meu caminho, eu sei que o meu netinho vai chegar e que a minha filha vai vir bem”, exclama.
A estudante, que desapareceu no fim do oitavo mês de gestação, está com o parto marcado para a próxima terça-feira (14).
Procurado pela equipe de reportagem da Rede Amazônica, o delegado responsável no caso disse que não comentaria sobre o caso, pois qualquer informação poderia atrapalhar as investigações.
Suposto cativeiro
A Polícia Militar (PM) de Monte Negro encontrou na quarta-feira (8) uma suposta casa que teria servido de cativeiro para a jovem Taina Carina.
A casa fica localizada na região rural de Monte Negro, a poucos quilômetros da residência da estudante e os policiais chegaram ao local por meio de denúncia anônima.
No imóvel, uma cama sem colchão, embalagens de remédios, um batom e uma calcinha foram encontrados. Também foi encontrada uma pedra amarrada a uma corda. A Polícia Civil investiga se a casa foi realmente utilizada para manter Tainá como refém e se os medicamentos encontrados possuem substâncias abortivas.
Manifestação na BR-421
Mais de 50 familiares e amigos de Taina realizaram um protesto na terça-feira (7) e fecharam a BR-421, em Monte Negro. Os manifestantes bloquearam a rodovia ao amanhecer e cobravam por justiça para as autoridades competentes pela investigação do caso. Pneus foram colocados nas duas pistas da rodovia e o fluxo de veículos no local foi interrompido.
No início da tarde de terça-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e uma comissão dos manifestantes se deslocaram até a Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp) de Ariquemes, onde aconteceu uma audiência com um delegado para discutir sobre o andamento da manifestação e o curso das investigações no caso da jovem.
O bloqueio na rodovia encerrou às 14h e a Polícia Civil informou que destacaria um delegado para cuidar do caso do sumiço da jovem e que encaminharia um helicóptero para auxiliar nas buscas pela jovem.
Investigação do caso
Durante uma coletiva, realizada na última semana, o delegado regional Rodrigo Duarte declarou que a Polícia Civil tratava o caso como homicídio, mas que não ouve nenhuma informação que chegasse até o local que ela estaria.
“Nós já estamos basicamente com a hipótese de homicídio. Estamos programando diligências em áreas que se encontrariam corpos e não mais uma pessoa viva. Aguardamos mais outras duas diligências para tomar uma decisão mais drástica”, explicou o delegado Rodrigo Duarte.
Para o delegado, embora a hipótese de a jovem ser encontrada viva ainda não estar descartada, a chance de isso acontecer é muito remota por conta do longo período decorrido.
Caso
Taina Carina desapareceu no dia 27 de outubro deste ano, depois de dizer aos familiares que iria até a residência do ex-marido para exigir que ele pagasse a pensão da filha de cinco anos que eles tiveram e para que ele assumisse a paternidade do filho que ela espera.
Segundo os familiares, a jovem de 21 anos alegava ser ameaçada de morte pelo ex-marido e o suspeito dizia que ela teria “uma surpresa” antes do bebê nascer e fazia várias ameaças.
Conforme a PM, a jovem foi procurar o ex-marido, que mora no sítio, mas havia ido à cidade. Depois disto ela não foi mais vista. Horas depois, a motoneta dela foi encontrada abandonada em uma estrada rural perto de Monte Negro.
O ex-marido foi detido no dia 28 de outubro e apresentado Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp) de Ariquemes. Em depoimento ele afirmou não saber do paradeiro de Taina e foi liberado em seguida.