No final do século XIX, embates com religiosos, questões sociais, como a escravidão, e crise na relação com os militares enfraqueceram o apoio ao império de Dom Pedro II e iniciaram os eventos que culminaram na proclamação da República.
As decisões do governante em defesa da maçonaria, que desagradavam os até então aliados católicos, a abolição da escravatura, sem indenização aos senhores de escravo, e o desejo de participação política dos militares que venceram a Guerra do Paraguai em 1870 são alguns exemplos do cenário que levou o Marechal Deodoro da Fonseca a proclamar a República em 15 de novembro de 1889.
Contextos como esse fazem parte das atividades trabalhadas em sala de aula, tanto para a primeira etapa da aprendizagem, na educação infantil, quanto no Ensino Médio.
Para o professor Fernando de Castro, especialista da Universidade de Brasília (UnB), a história deve ser tratada de maneiras diferentes nas diversas fases da aprendizagem. “Na fase infantil, é possível tratar os momentos históricos como reconhecimento da data, com seus personagens e fatos. No Ensino Fundamental, amplia-se o significado, conectando os conteúdos e com a possibilidade de atividade cultural. No Ensino Médio, o olhar é de aprofundamento, reconhecendo o fato como impactante para a formação do País.”
Tânia Damásio é coordenadora pedagógica de um colégio particular no Rio de Janeiro e destaca a narrativa dos marcos históricos para as turmas de crianças mais novas. Segundo ela, o imaginário infantil e o repertório de contos de fadas acrescentariam elementos e permitiriam uma atração única.
“Elas ficam impressionadas quando sabem que o Brasil já teve rei, princesa, chegando ao entendimento da passagem do Império à República, valorizando a nossa forma de ser como País."
Cidadania
Para a coordenadora, trabalhar tais temas nos diferentes segmentos da educação básica é a maneira de “compor cidadãos comprometidos com a sua história e capazes de modificá-la”. “Os eventos cívicos não podem mais ser comemorados em propostas onde o aluno memoriza datas e nomes. Hoje, o estudante deve ser estimulado a estabelecer conexões em uma rede de conhecimentos, fazer links e refletir criticamente”, defendeu.
Tânia Damásio acrescenta ainda que as crianças começam a exercer a cidadania por meio do cotidiano da escola; por isso a importância de ensinar o papel de cada cidadão na República. "As crianças começam a exercer a cidadania através do cotidiano da escola. Daí demonstrar a importância de cada cidadão na República, o que é ser cidadão, a importância do voto, o respeito à opinião do outro.”