Desde sua consolidação como alternativa de renda para produtores familiares da região do Vale do Guaporé, o inhame vem ganhando novos adeptos no estado. Municípios das regiões como a do Vale do Jamari, central e centro-sul do estado também estão investindo na cultura. Com a produção em crescimento, investidores são atraídos ao estado em busca do produto para exportação.
Implantado inicialmente no município de São Francisco do Guaporé a produção de inhame vem se consolidando como uma das principais culturas de incremento à economia de Rondônia. Os números apresentados pela Gerencia Técnica da Emater-RO apontam um crescimento na produtividade de inhame nos municípios da região do Vale do Guaporé que passou de uma produtividade de 4.869 ton/ano em 2016 para 8.947 ton/ano em 2017, um aumento 83,75% em apenas um ano, com destaque para São Miguel do Guaporé que teve um aumento de mais de 150% (quadro 1). São eles que detêm a maior produção do estado, porém outros municípios, como: Machadinho do Oeste, Pimenta Bueno, Rolim de Moura, Nova União e até produtores da capital começam a investir na cultura.
As variedades que mais se adaptaram ao solo rondoniense foram: Inhame Da Costa (Dioscorea cayennensis Lam.) e Inhame SãoTomé (Dioscorea alata L.). “Devido as condições edafoclimáticas favoráveis a cultura, a primeira experiência foi realizada na região do Porto Murtinho, por agricultores que vieram do nordeste e se instalaram naquele local”, explica o gerente regional da Emater-RO para o Território do Vale do Guaporé, Luciano Brandão.
Ao longo dos anos a cultura difundiu-se na região tornando um negócio rentável para os municípios do entorno da BR-429. Luciano conta que, sob orientação dos extensionistas da Emater-RO, 375 agricultores familiares assistidos na região do Vale do Guaporé vêm conseguindo melhorar as técnicas de produção e comercialização do inhame, agregando melhores preços aos produtos. “Esses produtos são comercializados em sua totalidade para fora do estado, em especial para o nordeste, grande compradora da produção local, gerando uma renda bruta na região em torno de R$ 24 milhões com uma produção, em média, de 16 mil toneladas ao ano, cerca de 40% a mais que no ano passado”, diz Luciano.
O gerente explica ainda, que apesar de a produção ter aumentado, houve uma queda no valor econômico gerado com a venda da produção. “Isso se deu devido a uma pequena queda na produção do inhame da variedade Da Costa, cujo preço médio é bem maior que o da variedade São Tomé, que teve um aumento na produção de mais de 70%, passando de 6.796,25 toneladas em 2016, para 11.700 toneladas em 2017. (quadros 2 e 3).
CULTURA EM EXPANSÃO
As boas perspectivas apresentadas na produção de inhame pelos agricultores do Vale do Guaporé têm despertado o interesse pela cultura em produtores de todo o estado. A região do Vale do Jamari, segunda maior produtora do estado, ganha destaque com a produção de Machadinho do Oeste que conta com uma produtividade de 600 toneladas/ano.
Outras regiões também têm buscado no inhame a alternativa para melhoria de renda da família rural. Segundo dados do Sistema de Gerenciamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Sigater), da Emater, a entidade assiste diretamente, em todo o estado, 4.347 agricultores familiares que exploram uma área de 1.408,5 ha e que juntos produzem 706.128 toneladas/ano, uma produção que está se expandindo. (quadro 4).
Esses resultados têm atraído investidores ao estado em busca do produto visando sua exportação. Considerado um dos alimentos medicinais mais eficientes, com inúmeros benefícios à saúde, o inhame é um produto muito procurado para consumo de quem quer levar uma vida mais saudável. Países como Paquistão, Holanda e Estados Unidos têm buscado a produção rondoniense para satisfazer a necessidade de sua população.
A exportadora “Atlântica Comércio de Grãos”, sediada no estado do Espírito Santo, visitou recentemente a região do Vale do Guaporé e trouxe grandes perspectivas de compra da produção para comércio direto com outros países. Como se pode perceber, a demanda é grande e com o mercado aberto os produtores querem investir mais na cultura com a certeza de que esse é um bom negócio para a economia local.