O levantamento realizado pela instituição do Senado traz dados sobre 149 empresas: 18 que dependem financeiramente da União e 131 que não dependem. Em 2016, o primeiro grupo teve receita de R$ 16,8 bilhões, 90% desse valor vindo do Orçamento da União.
Dados divulgados pela Instituição Fiscal Independente, do Senado, mostram que o governo direcionou mais de R$ 40 bilhões nos últimos dois anos. Como mostra o jornal Folha de São Paulo, o valor é equivalente a um ano de investimentos nas Universidades Federais, ou o pagamento do Bolsa Família a 45 milhões de pessoas por um ano e meio.
O levantamento realizado pela instituição do Senado traz dados sobre 149 empresas: 18 que dependem financeiramente da União e 131 que não dependem. Em 2016, o primeiro grupo teve receita de R$ 16,8 bilhões, 90% desse valor vindo do Orçamento da União. As empresas independentes, apesar de se manterem financeiramente sozinhas, receberam R$ 6 bilhões no período.
Josué Pellegrini, autor do estudo, explica que o estudo tem como objetivo trazer informações sobre essas empresas, que se encontram em áreas diversas, que vão das ferrovias aos aeroportos. “Nossa proposta foi jogar um pouco de luz nas estatais”, conta.
Prejuízos
Entre as companhias analisadas, diversas trazem prejuízos aos cofres do governo, mesmo entre aquelas que são consideradas dependentes do governo. O estudo mostra que, ao contrário do que se costumava acreditar, as estatais não atraem altos investimentos privados, mesmo quando se encontram em áreas de interesse.
As mais dependentes
As empresas que mais dependem de aportes do governo são a Embrapa, que receberam R$ 3,2 bilhões, a EBSERH, de serviços hospitalares, com R$ 2,9 bilhões, a Nuclep, de equipamentos nucleares e navais, com R$ 390 milhões, a Amazul, de tecnologia e defesa, com R$ 302 milhões e a EPE, de pesquisa energética, com investimento de R$ 107 milhões.
Salários
Entre as empresas dependentes, 86% do valor é destinado aos salários de funcionários, enquanto apenas 14% são usados para investimentos. Em alguns casos, os valor mensal pago a um profissional ultrapassa os R$ 20 mil por mês. E a conta só aumenta: entre setembro de 2011 e setembro do ano passado, essas companhias aumentaram o número de pessoas em 11,4%.
Entre as estatais com maior gastos de salários por funcionários estão a Nuclep, com R$ 21,6 mil por mês por pessoa, a Embrapa, com R$ 21,4 mil por mês e a EPE, com salários de R$ 19 mil.