Prefeito diz que Porto Velho está pronto para socorrer famílias em caso de nova enchente
Além do monitoramento diário do nível do rio e do acompanhamento da situação das famílias que moram na região da mancha de alagação, o prefeito disse que determinou a elaboração de registro de preço de cestas básicas e de outros itens que são dispensados às famílias atingidas pela possível enchente.
Na última sexta-feira (12) o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), disse que o município está pronto para socorrer a população caso o Rio Madeira transborde e cause uma enchente semelhante a que ocorreu em 2014. “Não seremos pegos de surpresa”, afirmou.
Segundo Chaves, em uma coletiva de imprensa, uma equipe da prefeitura visitou as comunidades de Nazaré, Calama e São Carlos, no Baixo Madeira, onde é mais propenso o alagamento.
“Há informações erradas sendo transmitidas via redes sociais, causando alarde às comunidades”, explicou, acrescentando que, mesmo que ocorra a enchente, já existe um plano de contingência para socorrer essas e outras comunidades.
Sobre o aumento do nível do Rio Madeira, em comparação ao ano passado, o prefeito explicou que em 2017 havia a influência do El Niño, que diminui as chuvas. "Neste ano estamos sobre o efeito da La Niña, que aumenta o volume de chuva”, afirma.
Além do monitoramento diário do nível do rio e do acompanhamento da situação das famílias que moram na região da mancha de alagação, o prefeito disse que determinou a elaboração de registro de preço de cestas básicas e de outros itens que são dispensados às famílias atingidas pela possível enchente.
“Pode ser que haja a enchente, mas pode ser que não. Ontem (quinta-feira, 11) o nível do rio registrou 13,80 metros, hoje (sexta-feira, 12) esse nível baixou 20 centímetros", aponta.
Defesa Civil
Marcelo Santos, coordenador da Defesa Civil Municipal de Porto Velho, disse que, nesta sexta-feira o rio está um metro abaixo do que estava no mesmo período em 2014. “É cedo para falar se haverá uma enchente das mesmas proporções”, conta.
Segundo ele, recentemente foi feito sobrevoo sobre as áreas alagadiças para levantamento da situação e o que se notou foi que já há áreas onde o rio teve avanço.
“Estamos monitorando. Sabemos que o aumento do nível do rio decorre das chuvas na Bolívia, por conta do fenômeno La Niña, que causa diminuição da temperatura das águas no Oceano Pacífico causando chuvas intensas na Bacia Amazônica e consequente aumento no nível do rio Madeira”.
Marcelo explica que a prefeitura está se antecipando aos demais órgãos quando decreta o alerta nos 14 metros.
"Até porque o alerta da Agência Nacional de Águas (Ana) é quando o rio atinge os 16 metros e do CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) é com 15 metros. Decretamos com 14 metros porque algumas famílias, cerca de 120, serão atingidas”, explicou.
No dia 23 (terça-feira), de acordo com Marcelo Santos, uma comitiva do Município se reunirá com representantes do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e das Defesas Civil do Acre e do Amazona, para que o Sipam passe o prognóstico dos últimos três meses, o que enriquecerá o plano de contingência elaborado pela prefeitura de Porto Velho.
Sobre o impacto das usinas no aumento do nível do rio Madeira, o coordenador da Defesa Civil explica que a usina de Santo Antônio é fio d’água.
"Não tem capacidade de armazenar, mas não posso afirmar se ela tem fator que contribua para a enchente”, aponta.
Ainda em relação as usinas, ele diz que elas apresentaram o Plano de Ação de Emergência PAE.