Vereador quer ampliar debate e discutir depressão entre crianças e adolescentes na capital
O Vereador Jurandir Bengala (PR), colocou em discussão o PL 3.629/2017, que institui a Semana da Conscientização da Depressão Infantil e na Adolescência. A depressão em adolescentes também está se tornando comum na sociedade, segundo a OMS, 13% dos adolescentes sofrem com depressão.
O Vereador Jurandir Bengala (PR), colocou em discussão no Palácio Governo Jorge Teixeira, sede da Câmara de Vereadores, o Projeto de Lei (PL) 3.629/2017, que institui a Semana da Conscientização da Depressão Infantil e na Adolescência, no âmbito do Município de Porto Velho.
A palavra depressão é usada com grande liberdade. Basta um pequeno problema, uma desfeita, um desencontro emocional, um prejuízo financeiro, para nos declararmos deprimidos. Embora seja empregada como sinônimo de tristeza, tem pouco a ver com esse sentimento.
Depressão é uma doença grave. Se não for tratada adequadamente, interfere no dia a dia das pessoas e compromete a qualidade de vida.
Nos adultos, é mais fácil de ser diagnosticada. Eles se queixam e, mesmo que não o façam, suas atitudes revelam que não se sentem bem e a família percebe que algo de errado está acontecendo.
Com as crianças, é diferente. Elas aceitam a depressão como fato natural, próprio de seu jeito de ser. Embora estejam sofrendo, não sabem que aqueles sintomas são resultado de uma doença e que podem ser aliviados. Calam-se, retraem-se e os pais, de modo geral, custam a dar conta de que o filho precisa de ajuda.
E é essa dificuldade no diagnóstico que o vereador busca diminuir, para que as crianças e adolescentes tenham acesso aos meios de saúde para evitar consequências graves em decorrência da doença.
Segundo Sandra Scivoletto, médica psiquiatra, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, alguns aspectos do comportamento infantil podem revelar que a depressão está instalada. Por natureza, a criança está sempre em atividade, explorando o ambiente, querendo descobrir coisas novas. Quando se sente insegura, retrai-se e o desejo de exploração do ambiente desaparece. Por isso, é preciso estar atento quando ela começa a ficar quieta, parada, com muito medo de separar-se das pessoas que lhe servem de referência, como o pai, a mãe ou o cuidador. Outro ponto importante a ser observado é a qualidade de sono que muda muito nos quadros depressivos.
A depressão em adolescentes também está se tornando comum na sociedade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 13% dos adolescentes sofrem com depressão.
Com isso, toda a rotina é interrompida, pois o depressivo não consegue conduzir sua vida de maneira normal. A depressão, quando não tratada, se torna cada vez mais grave e mais intensa, conduzindo a diversos casos de suicídio, sendo uma das maiores causas de morte entre jovens. O suicídio é a consequência mais grave da doença, mas não é a única, pois ela afeta múltiplas funções e causa danos psicossociais significativos.
Alguns sintomas são bem típicos da depressão na adolescência e podem servir como um alerta. São eles:
Diminuição do interesse por atividades que sempre gostou;
Ganho ou perda de peso brusca;
Agitação ou apatia;
Perda da capacidade de concentração;
Insônia ou excesso de sono;
Cansaço;
Sentimento de culpa;
Ideias suicidas.
Tratamento
Como já explicamos outras vezes por aqui, depressão é uma doença e precisa de tratamento específico. Para isso, é fundamental procurar um psicólogo que faça um diagnóstico assertivo e consiga ajudar o adolescente com sessões de terapia, além de encaminhá-lo para um psiquiatra indicar o tratamento com medicamentos antidepressivos, se for o caso.
Os remédios são necessários porque a depressão é uma doença do desequilíbrio do cérebro. Os neurotransmissores do depressivo não funcionam da maneira correta, dificultando a transmissão de estímulos. É nisso que os remédios agem, revertendo essa situação e regularizando o funcionamento do cérebro.
Para a psicóloga Thaiana Brotto, a psicoterapia contribui muito para a melhora do adolescente depressivo. "É importante que ele tenha com quem falar sobre as suas angústias, questionamentos e tristezas. O psicólogo consegue ajudar no ganho de autoconhecimento e ensina a lidar com as situações de pressão."
Ainda segundo a psicóloga, para os jovens uma opção interessante é a terapia em grupo, "Eles podem compartilhar suas ideias e sentimentos com outros adolescentes e perceber que não são os únicos a se sentirem assim. Outra opção é a terapia em família, envolvendo pais e irmãos no tratamento para que todos saibam qual é a melhor maneira de agir."
O projeto entra em discussão e votação nesta segunda-feira (19), e caso seja aprovado segue para sanção do executivo municipal.