Ao contrário do que se pensa, quem faz carnaval, normalmente, tem que trabalhar muito tempo, muitos carnavalescos o ano todo, para desfilar nos três dias. E esta atividade deveria, isto sim, ser olhada com carinho e incentivada.
No mundo cresce a importância do que se denomina de economia criativa, ou seja, o setor econômico formado pelas indústrias criativas, aquele conjunto de atividades econômicas que na produção e distribuição de bens e serviços utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos como insumos primários.
No Plano Nacional de Economia Criativa, publicado em 2012 pela Secretaria da Economia Criativa, a economia criativa abrangia os seguintes setores: Música, filme e vídeo, TV e rádio, Mercado editorial, Design e moda, Artes visuais, Artes cênicas e dança, Cultura popular, Publicidade, Arquitetura, Jogos e animação, Gastronomia, Turismo e Tecnologia digital.
A abrangência da economia criativa, que tem como matérias primas a inteligência e a criatividade humanas, incluem atividades tradicionais e modernas, mas, apresenta possibilidades praticamente ilimitadas de desenvolvimento.
Entre estas, e é pouco reconhecido pelos setores públicos, se encontram duas grandes expressões culturais brasileiras: o futebol e o carnaval. Este último, porém, parece mais do que qualquer outro, uma síntese da economia criativa, uma vez que demonstra e expõe a extraordinária inteligência e a criatividade do brasileiro, que, faz uma festa fantástica que se destaca para o mundo inteiro.
No entanto, até mesmo sendo uma enorme fonte de atividade econômica, pois, este ano, por exemplo, bateu recorde de movimentação econômica girando R$ 11 bilhões, envolvendo cerca de 10,7 milhões de turistas brasileiros e 400 mil estrangeiros, uma festa que foi 20% maior que a anterior. Inclusive agregou Belo Horizonte como uma nova praça de atração que se juntou ao Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Olinda e Fortaleza, que já eram atrações tradicionais.
Não há estatísticas de qualidade sobre o carnaval em Rondônia, mas, principalmente o de Porto Velho também já representa uma movimentação significativa para a economia local. No entanto, como foi representativa a ausência do Galo da Meia Noite este ano, o carnaval, como outras festas populares, continua a não ser olhado com o carinho devido. São inúmeras as exigências e taxas que se cobram de quem deseja colocar seu bloco na rua e, muitas vezes, os foliões que somente desejam brincar se veem tratados como se isto fosse um crime quando é uma manifestação artística e uma atividade econômica.
Ao contrário do que se pensa, quem faz carnaval, normalmente, tem que trabalhar muito tempo, muitos carnavalescos o ano todo, para desfilar nos três dias. E esta atividade deveria, isto sim, ser olhada com carinho e incentivada. Não é fácil, por exemplo, manter uma tradição como a da Banda do Vai Quem Quer por tanto tempo. Os blocos tem uma história e um papel importante na união social e na economia de uma cidade. Carnaval, por mais que os desinformados pensem que não, é coisa séria e é um fator econômico e social que faz parte da cultura de uma cidade. Quem o faz, e faz bem, deveria receber apoio e aplausos e não, como é comum, reclamações dos que não gostam e empecilhos para fazer com que as pessoas se divirtam e tenham lazer. Algo que falta muito em nossa cidade.