Professores em greve ocupam prédio da Seduc em Porto Velho
Os professores estaduais estão paralisados desde o dia 21 de fevereiro. A Justiça determinou que a greve fosse encerrada, sob pena de uma multa de R$100 mil por dia, mas os professores optaram por continuar com o movimento.
Professores grevistas ocuparam o prédio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), no Palácio Rio Madeira em Porto Velho, na manhã desta sexta-feira (23). Os manifestantes permanecem no local e pedem negociação com o Governo.
Os professores estaduais estão paralisados desde o dia 21 de fevereiro. A Justiça determinou que a greve fosse encerrada, sob pena de uma multa de R$100 mil por dia, mas os professores optaram por continuar com o movimento.
Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero), Lionilda Simão, o ato desta sexta é um pedido de negociação com o Governo.
"Nós ocupamos o prédio em um ato pacífico. Estamos dentro dessa casa que no nosso entendimento é nossa, e estamos aqui justamente por não avançarmos nas negociações. Estamos há 32 dias em greve, com as atividades paralisadas em 80% em todo o estado. Não é possível que o Governo não tenha comprometimento com a educação no estado, e que não chame o trabalhador para conversar", diz a presidente.
A estimativa do Sintero é que mais de 300 pessoas estejam no local. A Polícia Militar (PM) não soube informar a quantidade de manifestantes.
"Decidimos vir hoje para esse prédio que representa a educação no estado e vamos ficar até que algo seja feito pela educação. Só do interior temos hoje uma média de 300 pessoas, e da capital eu não tenho uma estimativa", afirma Lionilda.
Maricélia Moreira conta que é professora no Estado há 21 anos e que decidiu aderir ao movimento grevista para reivindicar melhores condições de trabalho e salários melhores, que segundo ela estão atualmente abaixo do piso.
"Aderi ao movimento por falta de valorização, de compromisso com a educação, desse Governo. Já vai para oito anos de governo e ele nunca sentou para conversar com os trabalhadores da educação. Os salários estão defasados, a gente está ganhando menos que o piso. O nosso salário é de R$ 2.018, sendo que o piso é R$ 2.455. Já foram encaminhadas propostas para esse governo e ele continua negando", reclama Maricélia.
O secretário da educação, Waldo Alves, afirma que uma proposta foi protocolada na manhã desta sexta-feira (23), o prazo final dado pela Justiça para o Estado apresentar uma contraproposta, e que novas negociações devem ser iniciadas.
"Foi protocolado hoje pela manhã no Tribunal de Justiça a proposta que havia sido dada há cinco dias, e a partir daí se inicia uma nova negociação. O sindicato tem feito sua mobilização, a greve tem aumentado em todo o estado, e o Estado está mantendo o diálogo com a categoria. A Secretaria de Estado da Educação tem feito propostas, estamos fazendo ajustes para que a equipe econômica esteja fazendo os planejamentos de uma forma muito sensata para que a gente possa voltar a dialogar com a categoria", afirma o secretário.
Segundo Waldo, a queixa dos professores acerca do piso salarial se refere ao piso nacional, e ainda afirma que cálculos estão sendo feitos para que a negociação com a categoria continue sem que prejudique o orçamento do Estado.
"A reinvidicação do sindicato é em relação ao piso da categoria nacional. O Estado hoje tem pago algumas gratificações, e eles estão pleiteando o piso nacional. Pelo Estado fica bastante complicado [chegar ao piso nacional] por causa da lei de responsabilidade fiscal. Para manter o equilíbrio econômico e fiscal e pagar os salários em dia, como vem fazendo, o Estado não pode dar o aumento sem fazer os cálculos, e nesse momento estamos fazendo", finaliza o secretário Waldo Alves.