Governo anuncia ação conjunta para investimentos em Guajará-Mirim atingida pelo cheia
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, a prefeitura juntamente com a Defesa Civil do município com apoio do Estado iniciou o trabalho de remoção das famílias residentes em áreas críticas.
O governador de Rondônia Daniel Pereira (PSB) visitou na manhã de domingo (22) famílias que moram no Triângulo, um dos bairros mais atingido pelo período de cheia dos rios em Guajará-Mirim, a cerca de 330 quilômetros de Porto Velho, e anunciou uma mobilização conjunta para trazer soluções as demandas desses moradores e obras estruturantes para a cidade como a conclusão do hospital regional e um mutirão de limpeza das ruas.
‘‘As duas cidades que temos mais problemas sociais em Rondônia são as mais antigas: Porto Velho e Guajará-Mirim. E aqui em Guajará-Mirim estamos verificando essa questão das enchentes in loco, um problema antigo onde as pessoas ocupam uma área que periodicamente o rio se apropria, então aqui uma atitude inteligente é retirar essa população desta área e levá-la para um lugar mais seguro e para discutir isso vamos tentar construir uma agenda com a prefeitura e câmara dos vereadores’’, disse o governador.
O governador visitou a casa da autônoma Olívia Zamoro, onde moram nove pessoas, entre elas três são crianças. ‘‘Todo ano isso se repete e geram muitos transtornos. Aparecem muito insetos e até ratos e cobras, que oferecem riscos principalmente para as crianças’’, disse a moradora. Também recebeu a visita do governador a dona de casa Ângela Dourado que já enfrentou as consequências de quatro grandes cheias, inclusive a de 2014.
‘‘Eu moro neste bairro há 22 anos e por quatro vezes já tivemos que sair de casa porque as águas invadiram o bairro. Aí temos que ficar de favor em casa de parentes ou mesmo pagar aluguel. Esse ano a situação está mais difícil, sai da minha casa que foi invadida pelas águas, mas não deu de paga aluguel e a tia do meu marido nos concedeu essa casa onde estamos provisoriamente’’, conta ela lembrando que antes de conseguir um novo espaço, o deslocamento da própria casa era feito de canoa ou carregava agarrados ao pescoço os filhos para irem para escola
Depois do monitoramento das áreas alagadas, o governador participou de reunião na Câmara Municipal para discutir melhorias para o município.Estiveram acompanhando o governador, a secretária de Estado da Assistência Social Cira Moura, o secretário de Estado da Saúde Luiz Eduardo Maiorquim, o comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia e responsável pela Defesa Civil Estadual, cel. Felipe Chianca, o secretário adjunto do Departamento Estadual de Estradas de Rodagens, Infraestrutura e Serviços Públicos (DER), Eduardo Allemand Damião, o prefeito Cícero Noronha e vereadores.
‘Nós estamos aqui com a Assistência Social para trabalhar os impactos imediatos, ou seja, o que essas famílias precisam para superar esse momento de inundação, mas nós também estamos aqui para discutir ações ainda mais amplas como a conclusão da obra do hospital e já planejar como trazer os profissionais de saúde para a região e resolver também o custeio do barco hospital que faz um importante serviço à população. Já com o DER queremos sair daqui com um planejamento de somar com as máquinas da prefeitura e fazer uma limpeza na cidade’’, disse o governador. ‘‘Estamos nos organizando pra está com soluções do DER dentro do município’’, garante o secretário adjunto do DER.
‘‘Para nós é muito importante essa visita do governador para equacionar diversos problemas do município, principalmente da questão da infraestrutura neste momento que o município tem pontos de alagação onde já está sendo discutido para daqui a 30 dias uma força-tarefa para fazer a manutenção de nossas avenidas, incluindo tapa-buraco, encascalhamento e limpeza. E também na saúde, principal motivo de endividamento do município, precisamos encontrar uma maneira de fazer com que as obras do hospital sejam retomadas. Para as famílias atingidas pela cheia nós temos um projeto de 2014 para criação de cerca de 400 unidades habitacionais’’, afirma o prefeito.
‘‘Da parte da assistência social precisamos tomar as providências para aquisição de kits de higiene, kit limpeza e cestas básicas para atender as famílias em caráter de emergência. E juntamente com a Defesa Civil do Estado e município, a Seas está fazendo o cadastro das famílias que estão em áreas de inundação. Vamos analisar caso a caso o que pode ser feito’’, garante Cira Moura.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, a prefeitura juntamente com a Defesa Civil do município com apoio do Estado iniciou o trabalho de remoção das famílias residentes em áreas críticas.
TRANSTORNOS
Segundo levantamento da Defesa Civil, cerca de 50 famílias foram atingidas pela cheia em Guajará Mirim e mais 55 famílias no distrito de Surpresa. ‘‘O Estado já entrou tanto com recursos humanos, quanto com veículos para fazer o transporte dessas pessoas’’, relata o comandante. A projeção é que o nível do rio Mamoré volte à normalidade nos próximos dias. ‘‘Graças a Deus o nível do rio Beni, na Bolívia e Madre de Dios já começara a baixar e esperamos que em 96 horas o nível do rio aqui em Guajará comece a baixar’’, disse o cel. Chianca.
‘‘Quando as águas retornarem ao seu nível normal poderemos fazer uma limpeza na região para desinfectar porque realmente há uma contaminação em relação a bueiros e fossas que estouram nessa época. Mas o que precisamos é da conscientização da população de que essas áreas pertencem ao rio e por isso não podem ser habitadas. Outras providências no passado já foram tomadas como a construção de conjuntos habitacionais, mas infelizmente há o retorno da comunidade para essas áreas e a gente vai ter que trabalhar isso gradativamente tentando minimizar o sofrimento da população’’, afirma cel. Chianca.
Também pensando em dar solução aos problemas enfrentados pela população do município, o secretário Maiorquim reforçou que o Estado tem interesse em retomar as obras do hospital regional. ‘‘Guajará- Mirim continua com apoio do governo do Estado. Estamos com médico anestesista periodicamente na região para a realização de cirurgias, também há o aporte para aquisição de insumos e medicamentos e estamos trabalhando focando em dar continuidade às obras do hospital regional. Estamos em tratativa com o Ministério Público porque o empreiteiro solicitou um aditivo, mas acreditamos que as obras retomarão no final desse mês ou no início do outro’’, afirma o secretário da Sesau.