Carreta da Saúde promove acessibilidade e possibilita diagnóstico precoce de hanseníase em Rondônia
O Brasil é o segundo país no mundo com maiores índices de hanseníase, só perdendo para a Índia, e Rondônia está em 6° lugar entre os estados brasileiros com mais casos, sendo registrados 517 novos casos em 2017, e deles, 25 são em menores de 15 anos de idade.
Em alusão ao Dia Estadual de Mobilização para o Controle da Hanseníase (7 de julho), instituído pela lei estadual de número 3113, de 25 de junho de 2013, a Coordenação Estadual de Hanseníase, da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa), realiza a campanha anual para alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença, e estimular a busca pelos serviços de saúde, mobilizando os profissionais da área na atenção a novos casos, diagnóstico precoce e tratamento.
Neste ano, a campanha conta com o reforço da Carreta da Saúde que estará pela primeira vez no Estado, no período de período de 3 de julho a 24 de agosto, ficando na capital a partir do dia 3 até a abertura oficial da campanha, que acontece em frente ao Palácio Rio Madeira no dia 6 de julho.“O mutirão com a Carreta da Saúde é a primeira vez que acontece em Rondônia, e já rodou grande parte do Brasil, desde 2009. A ideia é de uma empresa de medicamentos em parceria com o Ministério da Saúde. Além do atendimento, o projeto Roda Hans quer chamar a atenção da população sobre a doença, e o enfrentamento à discriminação”, explica a enfermeira Helen do Carmo Carioca Holanda, membro da coordenação estadual de Hanseníase.
Ainda segundo a enfermeira, há 14 grupos de autocuidado espalhados pelo estado, trabalhando prevenção e atenção ao tratamento. Em Porto Velho, as referências são a Policlínica Oswaldo Cruz e o Hospital Santa Marcelina, mas todas as unidades de saúde estão preparadas para consultar, diagnosticar, encaminhar e acompanhar os casos com tratamento oportuno.
Além da capital, outros 18 municípios de Rondônia receberão a Carreta da Saúde:
Antes do mutirão, Helen conta que médicos do MS darão um curso teórico de um dia para os profissionais de saúde municipais que estarão atendendo à população dentro da Carreta, que conta com cinco consultórios e um laboratório para o serviço. “Por exemplo, no dia 2 será em Porto Velho, com servidores que já atuam com a hanseníase nos municípios de Nova Mamoré, Itapuã e Guajará Mirim para a atualização profissional. A equipe será toda da estratégia de saúde da família das unidades básicas de saúde das cidades e regiões que serão contempladas”, diz.
Índices
O Brasil é o segundo país no mundo com maiores índices de hanseníase, só perdendo para a Índia, e Rondônia está em 6° lugar entre os estados brasileiros com mais casos, sendo registrados 517 novos casos em 2017, e deles, 25 são em menores de 15 anos de idade. Este ano, já são mais 222 novos casos registrados até o dia 27 de junho. Do total, 11 em menores de 15 anos.
A enfermeira alerta para o exame em contatos do paciente já diagnosticado. “A doença é transmitida pelo ar, mas não tão facilmente assim, a não ser em contatos sempre muito próximos. Ela pode ficar incubada até 5 ou 7 anos. Se há casos de menores de 15 anos com a doença, possivelmente há um adulto da família infectado. Outra coisa importante é o tratamento, que deve ser levado a sério até o final, com período de seis meses para os casos descobertos precocemente, e um ano para os tardios. Se o tratamento é interrompido, os sintomas só vão piorar e o paciente continuará transmitindo a doença”.