Haddad diz que substituirá toda a equipe econômica caso vença
“Ao contrário do Bolsonaro, nós decidimos não manter ninguém da equipe econômica do Temer no nosso governo. A partir do dia 1º de janeiro, a equipe do Temer sai e entra uma nova equipe”, ressaltou em entrevista coletiva.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil O candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, disse hoje (16) que, caso vença as eleições, pretende mudar toda a atual equipe econômica. Ele enfatizou que essa é uma das diferenças que marcam, no segundo turno, as propostas dele e do adversário do PSL, Jair Bolsonaro. “Ao contrário do Bolsonaro, nós decidimos não manter ninguém da equipe econômica do Temer no nosso governo. A partir do dia 1º de janeiro, a equipe do Temer sai e entra uma nova equipe”, ressaltou em entrevista coletiva.
Jair Bolsonaro e seu coordenador de programa econômico, Paulo Guedes, já fizeram elogios públicos ao presidente do Banco Central, Ilán Goldfajn, e o consideraram "excelente nome" para seguir no cargo. Guedes também elogiou o atual secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Paulo Guedes já disse em entrevistas que terá total liberdade para montar sua equipe, caso Bolsonaro vença - e ele não excluiu aproveitar "extraordinários quadros" do setor público.
Fake news sobre "kit gay"
Haddad também comemorou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ordenou a remoção de seis postagens de Bolsonaro no YouTube e no Facebook que criticam o livro Aparelho Sexual e Cia. e dizem que a obra foi distribuída a escolas públicas no período em que candidato do PT, Fernando Haddad, comandava o Ministério da Educação. “Apesar do atraso, ficamos felizes que o tribunal eleitoral tirou do ar o vídeo em que o Bolsonaro me acusa de distribuir material impróprio para crianças de seis anos. É uma luta de anos que foi vencida ontem", destacou o candidato ao lembrar que a fake news foi amplamente difundida, especialmente entre grupos religiosos.
Nos vídeos, Bolsonaro afirma que o livro integra o programa Escola sem Homofobia e estimula as crianças a se interessarem por sexo precocemente, sendo “uma porta aberta para a pedofilia” e “uma coletânea de absurdos”. Por mais de uma vez, no entanto, o Ministério da Educação negou a aquisição dos exemplares e a implementação de tal programa, chamado de "kit gay" por Bolsonaro.
“A difusão da informação equivocada de que o livro em questão teria sido distribuído pelo MEC gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político, o que recomenda a remoção dos conteúdos com tal teor”, destaca o ministro do TSE Carlos Horbach na decisão que determinou a remoção do conteúdo.
No pedido ao TSE, os advogados do PT chamaram os vídeos de “grave mentira” e afirmaram que o episódio ocorre desde 2016, a partir de uma publicação no Facebook.
Apoio
Mais tarde, o candidato recebeu apoio de movimentos populares, centrais sindicais e partidos políticos que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Haddad busca a formação de alianças para o que ele chama de frente democrática e destacou o apoio integral já recebido do PCdoB, que indicou a vice Manuela d'Ávila, e do PSOL de Guilherme Boulos, ambos elogiados pelo presidenciável petista. A atividade ocorreu na sede nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e não estava prevista, até o início da tarde, na agenda do candidato.
O candidato mostrou-se otimista apesar do resultado da pesquisa Ibope, divulgada ontem (15), que mostra o petista com 41% e Jair Bolsonaro (PSL) com 59% dos votos válidos. “Quem está aqui não pode ficar olhando pesquisa e mudando de humor em função do que está publicado no jornal”, disse aos presentes no ato. Ele citou, como exemplo, sua vitória no segundo turno de 2012 contra José Serra (PSDB) para a prefeitura de São Paulo e a de Dilma Rousseff (PT) - que sempre liderou as pesquisas- em 2014 contra o tucano Aécio Neves. “Eu me tornei prefeito na capital do tucanistão sem liderar nenhuma pesquisa Datafolha no primeiro turno”, lembrou.
Correligionários de Haddad e representantes de movimentos populares convocaram os presentes a fazer campanha na internet, mas também “nas ruas”, de porta em porta.