O eleitor já está decidido num movimento que me faz lembrar o ataque aos Estados Unidos pelo Japão em dezembro de 1941, todos esperavam, mas não sabiam quando.
Foto: Daiane Mendonça/Secom - Governo de Rondônia À véspera do primeiro turno, da realização do debate na TV Rondônia (03.10), em meu artigo publicado na imprensa, defendi a tese que o debate global não influenciaria a decisão do eleitor nos candidatos ao governo e continuo acreditando na tese que também não irá influenciar no próximo domingo.
Existem quatro faixas de eleitores nesse processo: 01- O eleitor decidido desde o primeiro turno a votar em Expedito. 02- O eleitor que é Bolsonarista e transferiu seu voto ao Coronel Rocha. 03- Os eleitores dos candidatos que não conseguiram atingir o segundo turno. 04 - Os indecisos e nulos.
Analisando o debate realizado ontem, a migração de votos dos candidatos que não atingiram o segundo turno: Maurão (MDB) e Vinícius (Rede), deverão transferirem-se aos candidatos na mesma proporção, ou seja, tanto o Coronel Rocha quanto Expedito irão absorver na mesma quantidade esses votos. Então caberão aos indecisos, nulos e os que se abstiveram no primeiro turno (um total esmagador de 32,56%) a missão de eleger o novo governador. É um quantitativo tão grande que nenhum dos candidatos estão percebendo essa força oculta que decidiu os processos eleitorais em Rondônia em 1994, 1998, 2002, 2010, 2014 e decidirá no próximo domingo (28).
São aproximadamente 350 mil eleitores. Há um estudo realizado dos institutos Ibope e Data Folha que esse eleitorado tende a vir com força no segundo turno em seus 70%, ou seja, dos 350 mil eleitores que não participaram do primeiro turno, aproximadamente 245 mil eleitores estarão presentes às urnas.
No debate percebemos uma guerra de ataques e lavagem e roupas de ambos os candidatos. Propostas miraculosas e surreais marcaram a noite dessa quinta-feira (25).
Esse eleitorado enorme que decidirá o novo governador no próximo domingo precisa ser convencido abstratamente, pois os candidatos denotaram conhecer pouco a situação financeira e estrutural do Estado de Rondônia.
Ao candidato Marcos Rocha faltou persuasão a atingir a grande massa que carece de entender para que ele veio, mesmo sendo o candidato de Bolsonaro (oficialmente). A comunicação e marketing são essenciais para a apresentação e um candidato ao eleitor num Brasil que mostrou no primeiro turno que não está brincando quando o fator são as urnas. Se Marcos Rocha pecou nesses requisitos, preocupo-me quando ele for escalar seu secretariado. Então segue a máxima de Churchill (1942) durante a Segunda Grande Guerra: “A política é como um cômodo escuro onde você precisa encontrar algo e nunca entrou nesse cômodo antes”. A sorte precisa estar ao lado do Coronel a partir de 01 de janeiro.
Ao candidato Expedito Júnior que embora possua melhor persuasão política pelas suas três décadas de experiência e conhecimento da administração pública, está prometendo o que não poderá cumprir. Suas fórmulas subjetivas de como enfrentar a situação econômica e estrutural a partir de 01 de janeiro não são aceitas nem pelos mais leigos conhecedores da área. Acreditar que lideranças sindicais irão elegê-lo é outro erro fatal. Os sindicatos quase foram extintos da política nacional.
Concluo esse meu artigo trazendo novamente a tese de que o debate não influenciará na decisão do eleitor no próximo dia 28. O eleitor já está decidido num movimento que me faz lembrar o ataque aos Estados Unidos pelo Japão em dezembro de 1941, todos esperavam, mas não sabiam quando. Assim será nossa eleição, sabemos o resultado, porém a surpresa pode acontecer. Nem todo o vitorioso é o vencedor!