Com R$ 14,4 milhões do Ministério do Turismo, bumbódromo e sambódromo abrirão espaço a oficinas e feiras em Porto Velho
Atualmente tramita na Assembleia Legislativa a lei que transfere diretamente às entidades recursos do fundo de desenvolvimento da cultura, ou seja, 0,1% da receita líquida permitirão a destinação de aproximadamente R$ 7 milhões ao setor.
Bumbódromo e sambódromo de Porto Velho poderão ter suas obras iniciadas a partir de 2019. Em reunião na Casa Civil do Governo de Rondônia, nesta sexta-feira (28), o então superintendente da Cultura, Esporte e Lazer, Rodnei Paes, anunciou a liberação de R$ 14,4 milhões do Ministério do Turismo. O dinheiro estará disponível na Caixa Econômica Federal e a licitação estará autorizada após a outorga da licença ambiental.
O superintendente Rodnei Paes lembrou que o projeto para essas obras vem desde o mandato do ex-governador Confúcio Moura e se consolidou com o governo do governador Daniel Pereira.
Atualmente tramita na Assembleia Legislativa a lei que transfere diretamente às entidades recursos do fundo de desenvolvimento da cultura, ou seja, 0,1% da receita líquida permitirão a destinação de aproximadamente R$ 7 milhões ao setor. Nove editais de chamamento contemplam, entre outros, audiovisual, literatura, teatro, fotografia e música
PARCERIAS ESSENCIAIS
As duas obras serão construídas no antigo parque de exposições na Avenida Lauro Sodré [Parque dos Tanques], cuja documentação e projeto arquitetônico o superintendente entregou ao chefe da Casa Civil, Eurípedes Miranda, na presença de dirigentes de entidades culturais da capital.
“Além de nossos eventos darem um salto de qualidade, certamente atrairemos parceiros comerciais, o que forna mais fácil garantir as finanças”, observou o presidente da Federação de Grupos Folclóricos de Rondônia, Fernando Rocha.
Segundo Rocha, outra grande vantagem será o funcionamento do calendário fixo: “O Flor do Maracujá (arraial), o carnaval e datas comemorativas ainda dependiam do orçamento e sofriam um pouco com desacertos de patrocinadores”.
“Há quantos anos nossas festas ocorreram na chuva?”, perguntou e lembrou o coordenador estadual de cultura Vavá Ferreira, manifestando gratidão à equipe. “Estamos em festa. Este é o primeiro governo de Rondônia que trouxe as entidades para o diálogo e possibilitou a construção conjunta dos nossos projetos”, acrescentou.
O superintendente Rodnei Paes disse que a Sejucel hoje “está aberta” aos artistas e promotores de cultura em Rondônia. “Graças a vocês, projetos caminharam”. O superintendente lembrou que os espaços culturais atenderão a outros eventos, destacando: feiras de artesanato e da agroindústria, congressos religiosos, concursos de bandas e fanfarras, entre outros.
APOIO PRIVADO E NÃO APENAS PÚBLICO
Abaixo das arquibancadas do bumbódromo e do sambódromo deverão funcionar oficinas artísticas, musicais e teatrais. A ocupação das salas será definida pelo novo governador, coronel Marcos Rocha.
Para o presidente da Liga dos Blocos de Escolas de Samba, João Bosco Siqueira, o anúncio dos recursos destinados pelo Ministério irão interferir positivamente na economia. “O estado que gasta todo ano com a estrutura dos seus eventos, terá agora espaços próprios para realizar eventos dentro do calendário oficial”, disse.
Ele destacou os primeiros editais de chamamento lançados em 2016, prevendo apoio empresarial para todos, entre os quais, a Festa do Divino. “Planejando seu orçamento com parcerias, o estado não precisará colocar mais um centavo, porque o retorno é certo, e isso já ocorre no Rio de Janeiro, em Salvador, Manaus e em Parintins, porque grandes empresas têm a confirmação de retorno e atendem aos chamamentos”, exemplificou.
“A população finalmente saberá que cultura também tem boas políticas públicas, embora ainda precisamos desfazer a velha imagem de que ela seria um saco sem fundo; ao contrário, gera emprego, renda e consumo, basta ver os blocos que movimentam até R$ 10 milhões somente com bebidas e churrascos”, acrescentou.
Pela estatística dos carnavalescos, 380 ambulantes trabalham durante o evento, em fevereiro de cada ano.
“Até então, as festas aconteciam numa rua, nos bairros”, assinalou o ex-presidente da Liga das Escolas de Samba, Hudson Mamedes. “Centro e periferia produzem cultura e ajudam a construir a nossa identidade, e o apoio governamental desde Confúcio Moura foi muito importante para tudo o que tivemos”.