General Heleno diz que não há espionagem à Igreja Católica, mas se nega a falar sobre o assunto
A suposta espionagem tem como objetivo a obtenção de informações para tentar conter a pauta supostamente progressista e alinhada com o PT no Sínodo da Amazônia, que será realizado em Roma em outubro.
O general Augusto Heleno afirmou hoje (12) que só dará explicações sobre suposta espionagem que o governo realiza contra autoridades da Igreja Católica se for convocado a prestar depoimento sobre o caso na Câmara, ou seja, somente se for obrigado.
“Se fosse convidado [a depor], não. Se for convocado, serei obrigado a ir”, disse o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Essa posição, no entanto, entra em contradição com suas alegações de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ligada diretamente ao GSI, não estaria espionando membros da Igreja Católica considerados “de esquerda” pelo governo, como foi revelado pela imprensa nos últimos dias.
“A preocupação com o Sínodo é uma preocupação real porque algumas pautas são de interesse da segurança nacional. Então acaba preocupando a Abin e o GSI, mas em nenhum momento [tem a ver com] espionar alguém, monitorar alguém, algo com essa conotação.[…] Quem cuida da Amazônia brasileira é o Brasil, não tem que ter palpite de ONG estrangeira, de chefe de Estado estrangeiro. O Brasil não dá palpite no deserto do Saara, no Alaska”, disse Heleno.
A suposta espionagem tem como objetivo a obtenção de informações para tentar conter a pauta supostamente progressista e alinhada com o PT no Sínodo da Amazônia, que será realizado em Roma em outubro.
Diversas entidades católicas são ligadas aos sem terra, por exemplo, embora tenham uma política extremamente moderada e, em última instância, estranha aos interesses dos trabalhadores.