A CPI dos Crimes Cibernéticos presidida pela deputada Mariana Caralho (PSDB - RO) realizou audiência pública nesta quinta - feira, 25.
Na oportunidade, o diretor de assuntos governamentais da Volkswagen do Brasil, o engenheiro Antônio Megale, falou sobre a utilização de chips que impedem a fiscalização ambiental nos automóveis fabricados/vendidos pela marca no Brasil.
Megale que também é o primeiro vice-presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), reconheceu a existência de software nos carros da fabricante que identifica que os veículos estão em teste e diminui a emissão de gases.
Esse controle fica desligado em situações normais de rodagem, fazendo com que os carros poluam muito além do nível exigido na legislação ambiental em todo mundo.
O software está instalado só em carros a diesel. No Brasil, um único modelo, a picape Amarok, produzida na Argentina e comercializada entre 2011 e 2012, tem o defeito. São 17.057 carros que devem passar por um recall ainda neste semestre para a troca do software.
A Volkswagen chegou a ser multada pelo Ibama, mas recorreu da multa. O executivo da companhia afirmou que testes concluíram que as emissões de gases nesses carros atendem os limites da legislação brasileira.
Segundo Mariana Carvalho, a audiência pública para tratar desse tema foi solicitada pelo deputado JHC (PSB-AL). " A CPI debate diversos assuntos por tratar de questões que impactam diretamente o cotidiano da sociedade", observou a tucana.
Para JHC, a existência de um software que burla a legislação é motivo de preocupação. O parlamentar reclamou da demora em substituir o programa e criticou o fato de a empresa sequer ter pago a multa. " Crimes cibernéticos podem ocorrer on-line ou off-line" explicou ele.