Neste 8 de março de 2019, vamos aproveitar para refletir que os princípios fundamentais de direitos humanos e igualdade social pressupõem que homens e mulheres desempenhem papéis importantes em todas as áreas, inclusive na saúde.
Foto: Leandro Taques
Neste Dia Internacional da Mulher, quero lembrar e celebrar todas as mulheres que tiveram um papel pioneiro no avanço da ciência e da saúde: Onze mulheres foram laureadas com o Nobel de medicina, quatro de química e dois de física, sendo que Marie Curie recebeu a láurea duas vezes. Mas para além destas temos um verdadeiro exercito de mulheres pelo mundo contribuindo para o progresso da medicina no ensino, na pesquisa e na assistência.
Há quatro anos, o dia 11 de fevereiro foi estabelecido pelas Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. O objetivo é encorajar as novas gerações a buscarem carreira científica. O tema deste ano é “Investimento em Mulheres e Meninas na Ciência para Crescimento Sustentável Inclusivo”.
No Brasil, desde Maria Estrela, a primeira mulher médica formada no New York Medical College and Hospital for Womem, em 1881, aos dias atuais, muita água rolou sob a ponte da saúde e hoje as mulheres são maioria nas escolas médicas.
No entanto, não podemos esquecer que as mulheres ainda lutam para subir nas fileiras da saúde e da ciência. A discriminação de gênero, preconceito implícito, assédio sexual e agressão foram constatadas como barreiras sistêmicas para o avanço das mulheres nas carreiras globais de saúde (OMS,2019). Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mais afetadas pela desigualdade são as mulheres com filhos menores de seis anos, que sofrem com o que chamou de "penalização profissional da maternidade.
As trabalhadoras de saúde do sexo feminino constituem 70% da força de trabalho da saúde em todo o mundo, mas as mulheres ocupam apenas 25% dos cargos de liderança em saúde e apenas 12% dos membros das academias científicas nacionais em todo o mundo (OMS, 2019).
Neste 8 de março de 2019, vamos aproveitar para refletir que os princípios fundamentais de direitos humanos e igualdade social pressupõem que homens e mulheres desempenhem papéis importantes em todas as áreas, inclusive na saúde.
Ida Peréa - Médica Ginecologista. Mestre em ciências da Saúde. Bacharel em Direito. Feminista/ativista dos Direitos Humanos das Mulheres.