A Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social, durante reunião realizada no Plenário da Assembleia Legislativa na tarde de quarta-feira (9), recebeu membros da Gerência de Coordenação Estadual de Transplante de Rondônia.
O responsável técnico da gerência e pelos transplantes renais em Rondônia, o médico Alessandro Prudente, apresentou informações e dados referentes a doação, captação e transplantes de órgãos no Estado.
Segundo ele, o objetivo da reunião é encontrar meios de a Assembleia Legislativa contribuir com a sensibilização da população quanto ao assunto. Campanhas de conscientização e sensibilização da população sobre o tema foi uma das sugestões apresentadas pelo médico como forma da Casa de Leis colaborar com a popularização do assunto.
O médico informou que atualmente o maior drama enfrentado pela Coordenação Estadual de Transplantes é a recusa dos familiares do paciente que veio a óbito, autorizar a doação. O segundo maior problema, é falta de uma equipe especializada para a captação dos órgãos.
“Infelizmente é muito grande o número de órgãos perdidos e aptos ao transplante, todos os meses, tanto pela recusa dos parentes como por falta de profissionais para realizar a captação”, declarou o médico.
Segundo ele, de sete pacientes com morte cerebral confirmada apenas neste início de 2016, seis tiveram a recusa de familiares em relação a doação de órgãos. Levando em consideração que o paciente falecido tem dois rins, Prudente explicou que poderiam ter acontecido 14 transplantes.
“A taxa de recusa bateu 85%, consideramos um ponto crítico para o avanço da doação”, salientou.
Alessandro Prudente falou sobre o sofrimento da qualidade de vida dos pacientes renais crônicos, dependentes da hemodiálise. Afirmou que o aumento no número de transplantes de rins seria uma forma de contribuir com uma melhora na qualidade de vida desses pacientes.
O médico disse considerar de extrema importância diálogos entre representantes da sociedade para que sejam colocadas as necessidades do setor dos transplantes e tudo o que já foi feito pela área. Lembrou que todos os membros que compõem as equipes da Central de Transplantes são servidores públicos e que não existem empresas terceirizadas para realização de transplante.
Após explicar a política de transplante no Estado, apresentar dados, avanços e metas, tanto para rins como de córneas, o médico informou quais as medidas que a Assembleia poderia tomar, além de campanhas de sensibilização, para apoiar a Coordenação. Uma casa de apoio para hospedar pacientes que em sua maioria são do interior, segundo Prudente, seria um sonho para os envolvidos com a Central de Transplantes.
Pacientes transplantados e membros de comissões populares de Ariquemes, presentes na reunião, agradeceram a oportunidade para quem vive o problema, poder expor suas dificuldades, necessidades e contribuir com sugestões dadas por experiência própria.
O presidente da comissão, deputado Dr. Neidson (PMN), assim como os demais membros participantes, deputados Adelino Follador (DEM), Só na Bença (PMDB) e Jesuíno Boabaid (PTdoB), se comprometeram a apoiar a divulgação visando a sensibilização da população para o acesso a informações dos benefícios gerados a quem recebe um órgão doado.
“Nosso objetivo é que Rondônia ainda seja uma referência mundial no que diz respeito a transplante de órgãos”, declarou Dr. Neidson.
Aquisição de um terreno, elaboração de projeto estrutural, planejamento de sustento da casa, logística, parcerias com setores públicos e privados serão levantados pela Comissão para estudo da possibilidade de se viabilizar a concretização da principal necessidade da Coordenação Estadual de Transplantes de Rondônia.