Entre os empresários ele é o preferido no carrossel com Bolsonaro. No mercado financeiro ele se transformou num equilíbrio necessário dos estragos feitos por Bolsonaro e assessores nas falas introduzidas em suas Redes Sociais nesses 100 dias.
Nesse último domingo, o vice-presidente Hamilton Mourão participou da Brazil Conference em Boston organizado por alunos e professores das conceituadas instituições de ensino norte-americana Universidade de Harvard e do Massachussetts Institute of Technology (MIT). O painel política com o vice-presidente foi um dos assuntos mais comentados nas Redes Sociais.
Coincidente ao evento, o Data Folha, instituto de pesquisa sediado em São Paulo, averiguou a popularidade do vice-presidente nos 100 dias de governo que completa aniversário na próxima sexta-feira (12 de abril) e constatou que pela primeira vez, desde que a avaliação de governos é realizada (iniciou com o governo Collor em 1989) o general Mourão é o único vice que aparece melhor avaliado em relação ao titular (presidente Bolsonaro). Enquanto nas outras pesquisas realizadas em 1989, 1995, 2003 e 2011; os vices sequer eram lembrados. Na ordem cronológica dos mandatos presidenciais; Itamar Franco, Marco Maciel, José Alencar e Michel Temer fizeram e cumpriram seus papéis de vice-presidentes, discretos e com moderação. A condição do atual vice ganhou notoriedade nacional após as polêmicas envolvendo as falas do presidente Jair Bolsonaro
Durante o evento em Boston que lotou a plateia com alunos, jornalistas, professores e pensadores, o vice-presidente afirmou: “Se o nosso governo falhar, errar demais – porque todo mundo erra –, mas se errar demais, não entregar o que está prometendo, essa conta irá para as Forças Armadas. Daí a nossa extrema preocupação”.
Ele também se referiu a uma conversa com Bolsonaro no dia do segundo turno da eleição, depois de confirmada a vitória nas urnas.
"E as palavras que o presidente falou no domingo à noite, no dia 28 de outubro, quando fomos eleitos. Ele olhou pra mim e disse assim: ‘Nós não podemos errar’”, afirmou Mourão.
É certo que nos próximos capítulos de A República com Bolsonaro, o vice ganhe cada dia mais destaque e notoriedade. Entre os empresários ele é o preferido no carrossel com Bolsonaro. No mercado financeiro ele se transformou num equilíbrio necessário dos estragos feitos por Bolsonaro e assessores nas falas introduzidas em suas Redes Sociais nesses 100 dias. Entre os políticos que compõem o Congresso, principalmente entre os novatos de primeiro mandato, que representam metade das duas Casas Legislativas (Senado e Câmara), o nome de Hamilton Mourão soa com mais doçura e aceitação. A população em geral está flexibilizando amores para o vice que ganha notoriedade e destaque. Dificilmente se vê críticas em relação à figura do general Mourão que tem se comportado à altura do cargo que ostenta.
O presidente Bolsonaro há 3 décadas não é militar. Desde 1990 ocupa a função de deputado, enquanto o general Mourão, não! Eis a grande ponte que os separam. O político do militar que tem sido muito mais político ao político capitão.
No encerramento do Painel em Boston, o vice-presidente Mourão afirmou que o presidente Bolsonaro precisa urgentemente deixar os discursos polarizados e extremistas que não têm um objetivo em prol do governo e da população. O ponto auge do evento foi a tentativa tresloucada de um estudante querer comparar o atual vice-presidente ao general Giesel, que governou o país de 1974 a 1979 e foi marcado pelo início de uma abertura política e amenização do rigor do regime militar brasileiro, onde encontrou fortes oposições de políticos chamados de linha-dura, o vice-presidente Hamilton Mourão respondeu que ele foi eleito num processo democrático. A comparação se deu no evento pelo estudante brasileiro de pós-graduação L.F.G que tentou passar a ligação histórica de Mourão com Geisel em falas passadas do vice-presidente que remete ao ex-presidente militar Ernesto Geisel admiração e respeito por ter conduzido o processo de redemocratização do Brasil, culminando com o ex-presidente militar João Baptista Figueiredo em 1984.
À Mourão caberá três tarefas duras, cruciais e fundamentais: Ser o protagonista sem ser o titular e não deixar que afete os militares, não deixar a influência de Olavo de Carvalho impetrar no governo com maior força e estar preparado a assumir a República se a crise política e econômica se aprofundarem.