Fiocruz RO orienta moradores a eliminar criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya
Em Porto Velho, os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti continuam sendo o lixo doméstico, além de recipientes plásticos, latas, sucatas e entulhos, aponta o boletim epidemiológico do Programa Estadual de Controle de Doenças Transmitidas pelo Aedes, da Agevisa.
Gestos simples como eliminar adequadamente o lixo doméstico, tirar a água que fica acumulada nos pratinhos dos jarros de planta e retirar sucatas e entulhos ao final de uma reforma ou construção civil podem fazer toda a diferença quando o assunto é o combate à dengue, zika e chikungunya. Mas isso não é o suficiente, alerta a pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz Rondônia, Genimar Rebouças Julião.
Em muitas situações, o que pode parecer resolvido reserva um problema maior, quase sempre imperceptível, “não basta, apenas, derramar a água acumulada daquele pratinho do vaso de planta, é preciso limpar com uma esponja para que qualquer ovo que esteja grudado nas paredes desse recipiente seja também eliminado”, esclarece a pesquisadora.
Em Porto Velho, os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti continuam sendo o lixo doméstico, além de recipientes plásticos, latas, sucatas e entulhos, aponta o boletim epidemiológico do Programa Estadual de Controle de Doenças Transmitidas pelo Aedes, da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa). Em relação a esses criadouros, outra orientação é sobre o acúmulo de água em caixas d’água que às vezes ficam sem ser utilizadas pelos donos, por um certo período, e acabam se tornando ambientes propícios para a proliferação do mosquito. Segundo a pesquisadora, mesmo que se retire a água desses locais, os ovos do mosquito podem continuar nas paredes, o que representa um perigo, “até porque o ovo entra num estágio de adormecimento, ele vai ressecando, desacelera o seu desenvolvimento, mas o embrião que está dentro continua vivo, podendo voltar a se desenvolver com a primeira chuva ou novo contato com a água”, reforça Genimar.
Outra preocupação é que ao deixar esses espaços disponíveis para o mosquito no ambiente doméstico, o material que fica acumulado nos quintais poderá tornar-se um criadouro do Aedes aegypti, e o morador correrá o risco de contribuir para a circulação de outras arboviroses como zika e chikungunya, além de estar sujeito a essas doenças.
NOTIFICAÇÕES
De acordo com o boletim epidemiológico da Agevisa, houve redução no número de notificações de dengue, zika e chikungunya, em Rondônia, nos três primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. No período de referência, foram realizadas 388 notificações de dengue, em 2019, contra 870, em 2018. Este ano, nos três primeiros meses, foram realizadas 97 notificações de chikungunya e 177 no ano passado. Os casos de zika chegaram a 53 notificações, em 2019, e 95 em 2018.
Apesar dos números apontarem redução, Porto Velho e outras 30 cidades rondonienses estão em estado de alerta, com índice de infestação predial entre 1% e 3,9%. Os dados informados têm como referência o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), e também apontam situação de risco para 11 cidades, entre elas Itapuã do Oeste, Nova Mamoré, Cacoal, Espigão do Oeste, Ji-Paraná e Jaru, que tiveram índice de infestação predial entre 4% e 9,5%. Apenas 10 cidades estão em situação satisfatória, com índice de infestação abaixo de 1%.