Alunos e educadores protestam em Cacoal contra bloqueio de recursos para a educação
As escolas municipais e estaduais não tiveram aulas nesta quarta-feira, pois os professores aderiram o movimento em apoio ao Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir).
Alunos, professores e entidades de ensino protestaram nas ruas de Cacoal (RO), nesta quarta-feira (15), contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo os organizadores, 1 mil pessoas participaram do ato pacífico. A Polícia Militar (PM) não acompanhou o protesto na cidade.
A concentração inicial começou por volta de 9h (hora local) na praça municipal Governador Jorge Teixeira, na região central de Cacoal.
Na sequência, os manifestantes percorreram ruas com cartazes e pediram o fim do bloqueio de recursos federais à educação.
As escolas municipais e estaduais não tiveram aulas nesta quarta-feira, pois os professores aderiram o movimento em apoio ao Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir).
Segundo a professora lilian Catiuscia Firme, do Ifro, o bloqueio de verbas pode prejudicar vários projetos da rede, como os Jogos Internos do Ifro. "Ele pode ser afetado e é por isso, que nós professores, viemos lutar contra isso. O mais legal é que os alunos vieram ao protesto por conta própria", diz.
Durante a passeata, o grupo também protestou contra a reforma da previdência, segundo informou Vanderbugo Correia, representante do Sintero em Cacoal.
Contingenciamento
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.