21/05/2019
19 anos depois, a morte de Celso Daniel e o silêncio do PT
O então prefeito de Santo André foi assassinado de maneira surpreendente, numa história que continua cercada de mistérios. Muitos integrantes da família do prefeito morto acreditam na hipótese de crime político.
Gilberto Carvalho e Mirian Belchior (cunhado e esposa) eram as duas pessoas mais próximas a Celso Daniel. Ambos assumiram importantes papéis chaves no governo PT. Gilberto Carvalho foi secretário-chefe da presidência e Mirian a toda poderosa Ministra do Planejamento.

Gilberto Carvalho foi acusado pelos irmãos de Celso Daniel de participar de esquema de arrecadação de propina no ABC Paulista: "Os irmãos do prefeito dizem que Carvalho chegou a confessar que certa vez levou no seu Chevrolet Corsa preto uma mala com 1,2 milhão de reais para o então presidente do PT, José Dirceu.

O então prefeito de Santo André foi assassinado de maneira surpreendente, numa história que continua cercada de mistérios. Muitos integrantes da família do prefeito morto acreditam na hipótese de crime político. Segundo o irmão de Celso Daniel, o oftalmologista João Francisco Daniel, o prefeito morreu porque detinha um dossiê sobre corrupção na prefeitura de Santo André.

João alega que seu irmão Celso Daniel, quando era prefeito de Santo André, sabia e era conivente de um esquema de corrupção na prefeitura, que servia para desviar dinheiro para o Partido dos Trabalhadores (PT). O suposto esquema de corrupção envolveria integrantes do governo municipal e empresários do setor de transportes e contaria ainda com a participação de José Dirceu. Empresários de ônibus da região do ABC Paulista, como a família Gabrilli, controladora da Viação São José/Expresso Guarará, confirmaram que Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, coletava mensalmente uma propina das empresas, com valores que variavam entre R$ 40 mil e R$ 120 mil.

 Ainda de acordo com estas denúncias, as empresas que participavam do suposto esquema seriam beneficiadas em Santo André. A filha do dono da Viação São José/Expresso Guarará, Ângela Gabrilli, contou em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Santo André, e à CPI da Câmara Municipal de Santo André, realizada logo após a morte de Celso Daniel, que a Viação Padroeira, que supostamente participava do apontado esquema, ganhou a concessão de uma linha, a B 47 R (Jardim Santo André/Terminal Santo André Oeste), prejudicando a Viação São José que mantinha uma linha com itinerário semelhante. A linha da Viação Padroeira acabou fazendo com que a São José extinguisse a linha mais antiga, a T 45 (Vila Suíça/Estação de Santo André) e entrasse em prejuízo. Até então, a Viação São José não participava do suposto esquema.

As investigações sobre a morte de Celso Daniel ganharam novos elementos em 2012 com depoimento de Marcos Valério, operador do mensalão, em julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. Marcos Valério afirmou à Procuradoria, tentando firmar acordo de delação premiada, que o ex-presidente Lula e ex-ministro Gilberto Carvalho estariam sendo extorquidos por criminoso envolvido no caso. O motivo seria um esquema de cobrança de propina existente na prefeitura de Santo André, que era administrado por Celso Daniel.

Lula e Dirceu comandavam esquema que resultou no assassinato de Celso Daniel

Celso era engenheiro, tinha 50 anos de idade, e foi a uma churrascaria no bairro dos Jardins, em São Paulo, acompanhado do fiel escudeiro Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”. Na volta para o ABC, passavam – num jipe Pajero, da Mitsubishi – pela rua Antonio Bezerra, no Sacomã, quando tudo aconteceu. O carro foi interceptado por bandidos armados, Celso Daniel retirado do carro blindado e levado embora. “Sombra”, que dirigia, embora estivesse armado não resistiu, e acabou se tornando o principal suspeito. O corpo de Celso, perfurado por onze tiros, seria encontrado bem depois, distante dali, em Juquitiba.

O então prefeito de Santo André, foi sequestrado há 17 anos e seu corpo, baleado, foi achado numa estrada de terra no município de Juquitiba (SP) dois dias depois. Celso Daniel também era coordenador do programa de governo do candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Em dois inquéritos da Polícia Civil, e um da Polícia Federal, as conclusões foram as de que o prefeito foi morto pela quadrilha que o sequestrou, sem identificar terceiros como mandantes da sua execução.

Curiosamente, os delegados envolvidos na apuração do crime, os quais poderiam contraditar a versão dos promotores públicos, foram proibidos de conceder entrevistas pela Secretaria de Segurança Pública do governo do Estado. Sem o contraditório, o Ministério Público, tornou-se voz privilegiada para expor sua versão.

Ou seja, na análise da narrativa do caso Celso Daniel verifica-se que mais do que jornalismo investigativo propriamente dito, o que houve foi a chamada prática do jornalismo “sobre investigações”. Uma modalidade de cobertura jornalística corriqueira, na qual o repórter relata em suas matérias as investigações promovidas por terceiros (delegados, promotores, auditores etc).      Não se trata de uma prática condenável em si, mas deve-se ter em mente algumas de suas peculiaridades e consequências.

O empresário Sérgio Gomes da Silva, que era o motorista da Pajero onde viajava o prefeito Celso Daniel, disse que, quando foi fechado pelos bandidos, a trava e o câmbio do veículo não funcionaram, o que impossibilitou a fuga e permitiu aos bandidos abrirem a porta do carro e levarem o prefeito. Uma análise pericial foi feita na Pajero e a conclusão dos peritos é que o carro não tinha nenhum defeito elétrico ou mecânico que justificasse uma falha. Segundo os peritos, se houve falha na hora, ela foi humana.

Após a morte de Celso Daniel foram ainda assassinadas sete outras pessoas, todas em situações misteriosas:

Dionísio Aquino Severo – sequestrador de Celso Daniel e uma das principais testemunhas no caso. Uma facção rival o matou três meses após o crime.

Sérgio ‘Orelha’ – escondeu Dionísio em casa após o sequestro. Fuzilado em novembro de 2002.

Otávio Mercier – investigador da Polícia Civil. Telefonou para Dionísio na véspera da morte de Daniel. Morto a tiros em sua casa.

Antonio Palácio de Oliveira - O garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime pouco antes do sequestro. Em fevereiro de 2003.

Paulo Henrique Brito - Testemunhou a morte do garçom. Levou um tiro, 20 dias depois.

Iran Moraes Redua - O agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito jogado na estrada e que chamou a polícia em Juquitiba, morreu com dois tiros em novembro de 2004.

Carlos Delmonte Printes - Legista que atestou marcas de tortura no cadáver de Celso Daniel, foi encontrado morto em seu escritório em São Paulo, em 12 de outubro de 2005.

Em agosto de 2010 a promotora Eliana Vendramini, responsável pela investigação e denúncia que apura o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, sofreu um acidente automobilístico em uma via expressa de São Paulo. O veículo blindado e conduzido pela promotora capotou três vezes após ser repetidamente atingido por outro automóvel, que fugiu sem prestar socorro.








 

Fonte: Victoria Angelo Bacon
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