Quando um pastor luta contra a depressão e o suicídio
No noticiário, tem aparecido muito suicídio de pastores, mas trata-se de uma ocorrência que passou a ser mais noticiada ou de fato tem havido mais esse tipo de morte?
O que leva um pastor com família estruturada a cair em depressão e até tentar suicídio? Doze pastores evangélicos se suicidaram apenas de novembro de 2018 a abril de 2019, até o dia 30.
Por quê?
É difícil ter uma resposta, até porque não há dados suficientes para um estudo do problema.
No noticiário, tem aparecido muito suicídio de pastores, mas trata-se de uma ocorrência que passou a ser mais noticiada ou de fato tem havido mais esse tipo de morte?
Se tem havido, o percentual de aumento é compatível com os suicídios que ocorrem na população em geral? E com a de padres?
Os índices mostram que os suicídios têm aumentado, principalmente entre os jovens e os mais velhos. Por que os pastores seriam exceções?
É verdade que, no caso dos pastores, há uma agravante: se o sujeito que deve dar amparo espiritual às pessoas é o primeiro a enfiar uma bala na cabeça ou uma corda no pescoço, é porque algo de profundamente grave está ocorrendo com esses “homens de Deus”.
Muitas missões evangélicas atuam diretamente no tratamento de pessoas em depressão ou que sofrem com algum vício. Por conta disso, ouvir histórias dramáticas de muito sofrimento acaba se tornando comum na rotina de pastores. Esse sentimento, porém, também pode surgir na vida deles e não é tão incomum como pode parecer. De acordo com pesquisas realizadas entre os anos de 2015 a 2018 47% dos pastores já tiveram depressão ou Síndrome de Burnout, que é causada por atividades extenuantes.
Mas o que leva um pastor com ministério aprovado por membros da igreja, família estruturada e um futuro promissor a chegar a um quadro de depressãoou até cogitar tirar a própria vida? A resposta pode estar na perda da essência do ofício espiritual. Alguns passaram a ser coachings, palestrantes motivacionais e gestores institucionais, lutando para alcançar resultados financeiros e crescimento quantitativo em suas denominações, sendo exigidos como profissionais da fé.
Como compreender o que ocorre quando um pastor luta contra depressão? O que se passa em sua mente e no íntimo de seu coração? O que poderia ser dito a ele nesses momentos? Como poderíamos começar a ajudar? De início, listo cinco observações a seguir que podem auxiliar nesse processo de compreensão e ajuda. Assim, tanto os que enfrentam a depressão quanto os que desejam ajudar pastores nessa luta poderão ter uma noção melhor do que ocorre nesses casos. Conquanto essas propostas não esgotem o assunto, elas indicam um caminho a ser trilhado nesses casos.
A dor do pastor é ampliada pelo mito de que pastor não fica deprimido;
A aflição do pastor é agravada pela dor que ele causa em seus familiares e pessoas próximas;
O sofrimento do pastor é intensificado pela culpa que o esmaga;
O suplício do pastor acaba tendo que ser processado por ele mesmo;
O tormento do pastor precisa ser processado à luz das Escrituras.
Em Rondônia há várias situações de pastores com depressão e que tentaram suicídio, porém o medo e a vergonha em se manifestarem publicamente se torna um Tabu em suas vidas.