Um mar de bandeiras e camisas verde-amarelas tomou conta das principais avenidas do Brasil. De trilha sonora, o hino nacional. Em carros de som, gritos contra o PT e os comunistas e o esclarecimento de que "nossa bandeira jamais será vermelha". As cenas poderiam ter sido em qualquer momento de 2015, quando atos pediam a saída de Dilma Rousseff do poder, mas aconteceu no último domingo. Ao contrário de quatro anos atrás, quando não tinham um líder definido, as de agora, entretanto, tinham nome e sobrenome: Jair Bolsonaro. Mais do que lotar as ruas do país —os atos de domingo foram menores que os pela educação na semana passada—, o grande trunfo do presidente brasileiro no domingo foi conseguir com sucesso se converter em um fenômeno sociopolítico, ao se apropriar de um movimento anterior a ele, e aglutinar sob seu nome uma base com uma identidade política consolidada e alinhada à direita, observam especialistas.