Detentos do Compaj, em Manaus, são transferidos para presídios de outros estados
Mais 20 embarcam nesta quarta-feira (29). O nome dos presos incluídos na lista de transferência e os presídios para onde eles foram encaminhados ainda não foram divulgados pelo governo do Amazonas.
Nove presos apontados como mandantes das mortes de 55 detentos, em Manaus, foram transferidos nessa terça-feira (28) para presídios federais de outros estados.
Mais 20 embarcam nesta quarta-feira (29). O nome dos presos incluídos na lista de transferência e os presídios para onde eles foram encaminhados ainda não foram divulgados pelo governo do Amazonas.
A movimentação faz parte do pacote de ajuda federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Vinte agentes da Força Tática de Intervenção Prisional chegaram ao Amazonas nessa terça-feira e, até o final da semana, outros 100 devem desembarcar no estado.
Uma disputa entre presos que integram a mesma facção criminosa é apontada pelo governo estadual como a causa do assassinato dos detentos no Compaj, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim.
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Dos 55 presos assassinados entre domingo (26) e segunda-feira (27), 32 já foram identificados e 15 tiveram os corpos liberados pelo Instituto Médico Legal (IML).
O governador do Amazonas, Wilson Lima, considera que as mortes ocorreram de forma atípica, mas afirma que a situação na penitenciária está sob controle. Lima esteve em três unidades prisionais, nesta terça-feira, entre elas o Compaj.
Uma inspeção no sistema penitenciário do Amazonas identificou outros 200 detentos que estariam ameaçados de morte.
Eles foram separados de possíveis rivais. Outra medida tomada pelo governo foi a retirada de policiais militares de atividades administrativas para o reforço do policiamento nas ruas.
Já o concurso para agentes penitenciários permanece suspenso até que o Estado consiga atender a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por conta da crise financeira no estado, o governador Wilson Lima não garantiu o pagamento, por via administrativa, de indenização para as famílias dos 55 presos mortos, esta semana.
"Estamos endividados. o governo não tem dinheiro pra fazer isso."
O defensor público-geral do Amazonas Rafael Barbosa diz que o Estado deve se responsabilizar pelas mortes ocorridas no complexo penitenciário e afirma que a defensoria vai prestar assistência às famílias.
O governador do Amazonas também anunciou que não vai renovar o contrato com a empresa Umanizare, responsável pela administração do Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Um novo processo de licitação deve ser lançado em 60 dias.