Com pneus queimados, faixas e cartazes contrários ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, manifestantes bloquearam hoje (10) rodovias em pelo menos cinco estados e no Distrito Federal e também em vias importantes das duas maiores cidades do país – Rio de Janeiro e São Paulo.
No Rio, usando faixas em que se lia “não vai ter golpe” os manifestantes bloquearam a rodovia Rio-Santos, na altura de Itaguaí. Mais cedo, a via Dutra, que liga o Rio a São Paulo, também chegou a ser interditada, mas foi liberada, de acordo com informações do Centro de Operações da prefeitura carioca.
Em São Paulo, os manifestantes interditaram logo cedo duas das principais vias expressa da região metropolitana.
Golpe
Um outro grupo com faixas chamando o processo de impedimento da presidenta de “golpe” interdita neste momento a rua Evandro Carlos de Andrade, no sentido centro, em frente à sede paulista da Rede Globo. Os participantes do protesto acusam a emissora de parcialidade na cobertura do impeachment.
Em Brasília, foram bloqueadas com pneus queimados as rodovias BR-070 (Brasília-Mato Grosso), na altura do km 18, perto de Águas Lindas, e a BR-020 (Brasília-Salvador), na altura do km 17. Ambos os protestos foram encabeçados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eles reivindicam também a reforma agrária, além da suspensão do processo de impeachment de Dilma.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), manifestantes - ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ao MST - bloquearam também a BR-101, na altura do km 83, em Pernambuco. No Amazonas, foi interditada a BR-174, na altura da cidade de Presidente Figueiredo. Na Paraíba, foi fechada BR-230, em Bayeux, enquanto que na Bahia os manifestantes da CUT interditaram a BR-324, em Feira de Santana.
Os manifestantes contrários ao afastamento de Dilma fecharam também a BR-262, em Viana, no Espírito Santo. No Rio Grande do Sul, o acesso a Porto Alegre ficou interditado devido a um protesto na BR-290.
Ontem, a CUT divulgou nota em que anunciava um dia nacional de mobilizações e paralisações para hoje. Segundo o texto, seriam realizados atos em todos os estados, incluindo o fechamento de rodovias, passeatas e ocupações de escolas e universidades.
Porto Velho
Em Porto Velho, o movimento Frente Brasil Popular faz protesto em dois pontos, na frente da sede da empresa Oi, na Avenida Lauro Sodré e no porto graneleiro do grupo Maggi.
O protesto em frente a Oi é contra uma onda de demissões que a empresa vem fazendo em todo país. "Neste dia de luta, unimos forças com os trabalhadores do setor de telecomunicações para protestar contra as 2.000 (duas mil) demissões que a empresa Oi está promovendo em todo país e para exigir um serviço telefônico de qualidade, pois pagamos o preço mais caro do mundo pelos serviços de telefonia e recebemos um dos piores serviços.", diz a nota divulgada pelo grupo.
Já o fechamento do porto graneleiro é contra a possível ida do senador Blairo Maggi (PR-MT) para o ministério da agricultura. "Trancamos o acesso aos Portos Graneleiros do Grupo Maggi em Porto Velho para dizer que não queremos nem Temer na Presidência, nem Maggi no Ministério da Agricultura,", afirmou o grupo em nota.