Nova formatação de produção rural garantirá sustentabilidade
A preocupação se justifica na medida em que os estudos mostram que o modelo atual de produção, transporte e consumo é responsável por quase 30% das emissões de gases provocadores do “efeito estufa” no planeta.
Estudos do Instituto Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas que serão apresentados em agosto, na Convenção de Genebra (Suíça), pretendem comprovar que o atual modelo de produção e consumo não são sustentáveis e que será inevitável um desastre climático e social caso não se reformule a forma de produção, transporte e até consumo de alimentos nas próximas décadas.
Com base nessa informação, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) e o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Cláudio Pereira (PR), trabalham em projetos alternativos que sejam capazes de transformar o município num modelo de produção rural sustentável.
A preocupação se justifica na medida em que os estudos mostram que o modelo atual de produção, transporte e consumo é responsável por quase 30% das emissões de gases provocadores do “efeito estufa” no planeta, além de que é seguro um aumento de até 30% no preço de alimentos nos próximos anos, por conta da degradação das terras produtivas.
A consequência será aumentos nos índices de pobreza e alteração elevada da insegurança alimentar. Luiz Cláudio tem concentrado esforços das equipes de especialistas da Semagric no planejamento e implantação de políticas públicas que aumentem a produção de alimentos com sustentabilidade.
“Nós estamos trabalhando em vários projetos que de fato incentivem os jovens, as mulheres e os agricultores na direção da sustentabilidade, aumentando a produtividade e lucro”, aponta Luiz Cláudio, ressaltando a aposta no sentido de incentivar o retorno das pessoas à atividade agrícola.
Ele relaciona, dentre os projetos de incentivo, o programa de produção agro ecológica, produção de mandioca com integração, aproveitando resíduos da mandioca na produção de ração, sistema de produção de peixes em pequenos reservatórios integrados com fértil irrigação, programa de correção de solo com uso de calcário, melhoramento na cadeia produtiva de leite, aperfeiçoamento dos programas de aquisição de alimentos da agricultura familiar, incentivo a produção de mel, manutenção de estradas vicinais e coletoras com qualidade, reduzindo custos de transporte e minimizando perdas no transporte e principalmente facilitação de acesso a crédito ao pequeno produtor.
Para o secretário, um dos agravantes é o desperdício que vem desde a produção até o consumidor, que chega a 40%. “Defendemos o desperdício zero de alimentos. Nós temos uma preocupação com as gerações futuras. De nada adianta produzir e não ter para quem vender. O produtor rural tem que ser empreendedor, não precisa andar de carroça e ganhar só para sobreviver. O homem, a mulher, o jovem que mora no campo tem condições de ganhar bem mais que um trabalhador urbano. Depende da vocação e das políticas públicas que garantam qualidade de vida nas comunidades rurais”, assegura Luiz Cláudio.
“Nós estamos trabalhando de forma séria, planejada e com a participação plena das comunidades rurais. Vamos transformar as coisas na zona rural, para o bem de todos”, afirma o secretário da Agricultura.