Polícia investiga morte de grávida dentro do Hospital de Base em Porto Velho
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que abriu, junto com a direção do Hospital de Base, uma sindicância para apurar o caso. Reiterou também que toda a assistência está sendo dada ao recém-nascido de Luciene, que segue internado na UTI do HB.
A Polícia Civil vai investigar a morte de uma grávida, de 35 anos, ocorrida nesta semana dentro do Hospital de Base Ary Pinheiro, em Porto Velho. Na tarde desta quinta-feira (1º), a reportagem conversou com amigos de Luciene Gomes, que relataram que a gestante enviou áudios por WhatsApp pedindo ajuda antes de morrer. O bebê segue internado na UTI.
A testemunha, que registrou o caso na polícia no mesmo dia da morte de Luciene, informou que a mulher teria falecido por suposta negligência da unidade de saúde. Maria Marcelina do Nascimento disse à reportagem que acompanhou o momento em que a amiga deu entrada na Maternidade Municipal Mãe Esperança e, na sequência, encaminhada ao Hospital de Base.
"Ela (Luciene) estava sangrando quando chegamos na maternidade no dia 27 de julho. Eu que assinei o papel para ela dar entrada lá. A barriga dela estava bem dura", disse.
A amiga contou que Luciene foi levada na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Centro Obstétrico do Hospital de Base.
"Me mandaram de Samu com ela da maternidade para o Hospital de Base. O médico que estava lá queria que a gente trouxesse ela para casa. Teimei e falei: ela vai ficar aqui, aqui tem todos os cuidados. A maternidade já mandou para cá, pois aqui tem UTI e todos os aparelhos. Ainda falei que a gravidez era de risco", ressaltou.
A ex-cunhada de Luciene, Maria Izabel, disse que insistiu em ficar com a mulher como acompanhante, mas não pôde. "Eu falei com o doutor e insisti muito para ficar com ela. Ele havia deixado, mas quando chegamos na portari, não permitiram que ficassem nenhum acompanhante", contou a mulher.
Maria Izabel reiterou que, depois de ter saído do hospital, Luciene sempre entrava em contato via WhatsApp. Segundo a ex-cunhada da grávida, a mulher relatou que tinha medo de morrer.
"Ela começou a me enviar tudo o que estava acontecendo lá. Contou que eles chamaram até um psiquiatra para ela, que receitou um medicamento. Disse que os pés e mãos começaram a inchar. Depois parou de falar comigo. Acho que ela já estava morta", lamentou.
O corpo de Luciene foi transladado Jaci-Paraná onde mora a família dela. O velório e o sepultamento ocorreram na quarta-feira.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que abriu, junto com a direção do Hospital de Base, uma sindicância para apurar o caso. Reiterou também que toda a assistência está sendo dada ao recém-nascido de Luciene, que segue internado na UTI do HB.
Veja o posicionamento da Sesau sobre o caso:
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informa que junto com a direção do Hospital de Base abriu uma sindicância que está apurando o caso ocorrido na maternidade da unidade hospitalar e esclarece que também já acionou o comitê de mortalidade materna que tem como objetivo identificar os óbitos maternos, neonatais e infantis ocorridos no Estado. Toda assistência está sendo prestada ao recém-nascido.