Hospital de Base garante cirurgias de correção de lábio leporino e fenda palatina
Há quatro meses esse tipo de cirurgia é realizado no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho, de duas a três vezes ao mês. Neste período, 17 crianças já passaram pelo procedimento.
É dia de retorno para avaliação do pós-operatório e Ketellen Murad chega com a filha Ísis de nove meses que passou pela cirurgia de reparação de fissura de lábio leporino há uma semana. A mãe conta que descobriu a má-formação durante uma ultrassonografia de rotina, o que gerou muita preocupação, mas, agora, se sente aliviada pela realização do procedimento.
“Eu não teria condições de viajar pra outro estado para fazer a cirurgia. Graças a Deus foi feito tudo aqui e, agora, é dar sequência ao tratamento. Ela está se recuperando muito bem. Estou muito feliz”, disse a mãe da pequena Isis.
Há quatro meses esse tipo de cirurgia é realizado no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho, de duas a três vezes ao mês. Neste período, 17 crianças já passaram pelo procedimento.
Anteriormente esse procedimento só acontecia uma vez ao ano com a missão da ONG Operação Sorriso ou através de Tratamento Fora de Domicilio (TFD). Com a demanda crescente, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) deu o aval para que fosse criado o Núcleo de Fissurados de Rondônia (Nufis) no Hospital de Base para triagem dos pacientes.
Isso foi primordial para evitar que fosse ultrapassado o tempo adequado para realização das cirurgias para evitar o comprometimento da fala e de outras funções do paciente, explica o cirurgião plástico Alexei Andrade, que também é integrante da ONG.
“Precisamos operar as crianças de lábio unilateral em torno de 3 a 6 meses de vida; bilaterais em torno de 6 meses; e o palato de um até dois anos, que é a fase em que a criança começa a emitir os primeiros fonemas”, explica o especialista.
No caso da pequena Isis, durante esse período de pós-operatório, ela precisa fazer retornos ao consultório periodicamente durante três meses, informa o médico. “Depois a consulta passa a ser anual, pois no caso dela não tinha palato. Foi operado o lábio e nariz. O tratamento segue ate o fim da adolescência, quando acaba o crescimento e maturação da face pra ver se precisa fazer algum reparo. Normalmente é necessário fazer mais de um procedimento”.
NUFIS
A coordenadora do Nufis, enfermeira Maria José Micheletti, explica que o Núcleo de Fissurados de Rondônia tem, atualmente, 104 pacientes entre adultos e crianças que já passaram pela cirurgia ou aguardando, sendo acompanhados. O paciente mais velho tem 33 anos e o mais novo cinco dias.
As crianças que serão operadas são internadas no Hospital Infantil Cosme e Damião onde passam pelo risco cirúrgico e o pós-operatório.