Idaron intensifica fiscalização para impedir avanço do cancro cítrico em Rondônia
A produção de laranja, lima tahiti e ponkan são direcionados ao mercado interno e outros estados como, Acre, Amazonas e Mato Grosso. Os municípios que têm se destacado na produção são Ministro Andreazza, Presidente Médici, Cacoal, Rolim de Moura e Espigão D’Oeste.
A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) reforçou a fiscalização na divisa do estado para impedir a entrada, na região, de frutos contaminados pelo cancro cítrico. Para combater à doença, a agência também tem realizado inspeções em propriedades e fiscalizações em viveiros de mudas cítricas.
Não existe método curativo para o cancro cítrico, a única forma de eliminá-lo é pela erradicação de plantas contaminadas. A doença causa desfolha das plantas, queda prematura de frutos, depreciação da qualidade da produção, devido às lesões que causa nos frutos, e resulta na proibição da comercialização dos frutos para áreas onde a praga não ocorre, o que acaba sendo maléfico para a economia do estado.
“Para prevenir a entrada e disseminação da praga em uma área onde não ocorre, é necessário inspecionar os pomares e fiscalizar o comércio de mudas e frutos provenientes de outros estados”, explica o presidente da Idaron, Júlio Cesar Rocha Peres.
“No entanto, somente com o apoio da cadeia produtiva será possível impedir o cancro cítrico de afetar o potencial de produção cítrica do estado de Rondônia”, salientou.
Segundo ele, a Agência Idaron realiza, todos os anos, levantamento de pragas na cultura dos citros, totalizando 4.457 inspeções de propriedades nos últimos 4 anos. Através deste trabalho, no ano de 2018, foi detectada a ocorrência de cancro cítrico nos municípios de São Francisco do Guaporé e Seringueiras, em pomares domésticos.
“Com o apoio da população, têm sido realizados esforços no sentido de conter a disseminação e erradicar a praga, para que não alcance as áreas comerciais dos principais municípios produtores”, destaca o presidente.
Recentemente, foram encontrados frutos, com suspeita de contaminação por cancro cítrico, em frutarias, supermercados e distribuidores. Após fiscalização em vários municípios, comprovou-se que os frutos eram provenientes de outros estados. A presença do cancro cítrico foi confirmada através de análise em laboratório credenciado no Mapa.
POTENCIAL ECONÔMICO
A citricultura representa um grande potencial econômico para Rondônia, onde é cultivada como fonte de diversificação de renda nas pequenas propriedades familiares, em conjunto com café e outras frutas.
A produção de laranja, lima tahiti e ponkan são direcionados ao mercado interno e outros estados como, Acre, Amazonas e Mato Grosso. Os municípios que têm se destacado na produção são Ministro Andreazza, Presidente Médici, Cacoal, Rolim de Moura e Espigão D’Oeste.
CANCRO CÍTRICO
O cancro cítrico é uma das principais ameaças à produção, é causado pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri e afeta todas as espécies e variedades de citros de importância comercial.
A praga é originária da Ásia e, no Brasil, foi constatada pela primeira vez no ano de 1957, nos estados de São Paulo e Paraná. A bactéria causadora da doença é disseminada principalmente por mudas, frutos, sacarias, caixas de transporte e ferramentas contaminados.
A legislação federal (IN n°21, de 2018) proíbe o comércio de frutos de mesa com lesões de cancro cítrico de um estado para outro. Esta norma é importante para garantir que a praga não contamine novas propriedades onde não ocorre, mas também causa preocupação, pois se a praga contaminar as propriedades em Rondônia, dificultará a comercialização de frutos para outros estados, além dos prejuízos diretos na produção.