Sem apresentar dados de combate às queimadas, ministro diz que incêndios reduziram na Amazônia
A visita do ministro a Rondônia acontece sete dias depois do presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Desde a semana passada as Forças Armadas estão no estado na tentativa de controlar os focos de incêndios.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou na tarde desta sexta-feira (30) que o governo federal ainda não compilou os números das ações de combate às queimadas na Amazônia, mas ele acredita que as queimadas já diminuíram na região. O anúncio foi feito durante visita na Base Aérea em Porto Velho.
A visita do ministro a Rondônia acontece sete dias depois do presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Desde a semana passada as Forças Armadas estão no estado na tentativa de controlar os focos de incêndios.
Durante coletiva de imprensa, o ministro afirmou que ainda não é possível saber quantos focos foram combatidos pelas Forças Armadas na Operação Verde Brasil, mas ele afirma que a quantidade já reduziu.
Segundo Fernando Azevedo, os dados oficiais estão sendo compilados e devem ser divulgados apenas na próxima semana.
Sem ter os dados oficiais, o ministro acredita que o governo Bolsonaro agiu rápido no combate das chamas na Amazônia, ao elaborar uma GLO que 'nunca havia sido feita' no país.
"Nós demos uma resposta rápida, demos prioridade à Amazônia", afirma.
O ministro afirmou ainda que alguns dos incêndios registrados na região ocorrem em propriedades que têm o hábito de usar o fogo como forma de 'limpeza'. Ele ainda explicou como está sendo feito o monitoramento do governo sobre as queimadas.
"A gente levanta pelo satélite o foco de calor. Os pontos de calor podem se transformar em focos de incêndios. Nossa base está indo verificar o ponto de foco de calor para evitar que ele ele se torne um incêndio", diz.
Em uma apresentação aos jornalistas, o ministro afirma que as Forças Armadas estão atuando nos municípios de Rondônia, Acre e sul do Amazonas. Há atualmente duas bases da operação no estado e, partir de agora, as atuações devem se concentrar nas áreas de reservas.
Na ocasião, o ministro falou sobre o objetivo da operação no estado. "Um deles é apagar as queimadas, os focos de incêndio, e outro reprimir os ilícitos ambientais. Esse é o foco", disse o ministro. Amazônia é uma área muito grande. A Amazônia Legal não é só floresta nativa", afirma Fernando Azevedo.
Durante conversa com os jornalistas, a Base Aérea de Porto Velho afirmou que a operação deve receber apoio de uma aeronave do Chile.
Desde que as Forças Armadas chegaram no estado, em 24 de agosto, o Ministério da Defesa afirma que foram realizados 15 lançamentos de água em áreas com queimadas, utilizando os Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB), e mais 15 lançamentos com os aviões dos Bombeiros. Porém, o ministro não informa em quais áreas ocorreram estes lançamentos de água.
Nesta sexta-feira, a 17ª Brigada de Infantaria de Selva afirma que oito autuações por crimes ambientais foram aplicadas em Rondônia desde a segunda-feira (26), quando o Exército assumiu a operação no estado. Durante a semana, a operação Verde Brasil prendeu uma pessoa por porte ilegal de arma.
Sete dias de combate
O combate às queimadas chegou ao 7° dia em Rondônia. O Exército afirma que em uma semana foram usados mais de 180 mil litros de água para tentar apagar as chamas na vegetação. Essa água está sendo cedida pela Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia (Caerd) e de uma represa da capital.
A primeira ação de combate às queimadas feita pela Força Aérea Brasileira (FAB) no dia 24 de agosto, por dois Hércules C-130. Cada aeronave pode transportar até 12 mil litros de água.
Conforme a 17ª Brigada, os militares foram à reserva Jacundá, em Porto Velho, e passaram a montar um acampamento de combate. Na segunda-feira (26), com apoio da Força Nacional e Prevfogo, as equipes iniciaram o combate das chamas, por terra. Nesta ação são usadas bombas d'água, abafadores, e outras ferramentas manuais.
Além dos Hércules, o trabalho aéreo tem apoio de três helicópteros do Ibama, quatro aviões do ICMbio, um helicóptero do Corpo de Bombeiros de Rondônia e um avião C-98, também dos Bombeiros.
Flagrante em sobrevoo
Um sobrevoo feito na quinta-feira (29) pelo G1, a reportagem flagrou novas áreas desmatadas e um grande incêndio no sul do Amazonas. O voo partiu do aeroporto de Porto Velho e foi até Apuí, uma das cidades com mais focos no Amazonas.
Além das queimadas na região, o norte de Rondônia está sob uma densa camada de fumaça. As autoridades afirmam que há um foco em andamento na Terra Indígena Tenharim Marmelos.