19/10/2019
Hoje é o "Dia D" de vacinação contra o sarampo
O “Dia D” faz parte da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, lançada em 7 de outubro pelo Ministério da Saúde, em parceria com secretarias estaduais e municipais voltadas à área.
Neste sábado (19), postos de saúde estarão abertos em todo o país para o chamado “Dia D de Vacinação contra o Sarampo”. A data é uma mobilização para estimular pessoas a se imunizar contra o vírus, cujos casos vêm crescendo no país nos últimos meses.

O “Dia D” faz parte da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, lançada em 7 de outubro pelo Ministério da Saúde, em parceria com secretarias estaduais e municipais voltadas à área.

A mobilização nacional de hoje faz parte da primeira fase da Campanha, que vai até 25 de outubro e é voltada a crianças com idades entre seis meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias. Os bebês de até 1 ano apresentam coeficiente de incidência da doença de 92,3 a cada 100 mil habitantes, 12 vezes maior do que as demais faixas.

Programada para 18 a 30 de novembro, a segunda etapa terá foco será em pessoas de 20 a 29 anos. Essa faixa abarca a maioria do número de casos confirmados da doença, com 1.694, embora com incidência menor (13,2 casos a cada 100 mil habitantes), por causa da quantidade de brasileiros com essas idades.

Devem ser vacinados os bebês de seis meses a 1 ano, que tomarão a chamada “dose 0”. As crianças de 1 a 5 anos devem receber duas doses, uma aos 12 meses e outra aos 15 meses. Em caso de aplicação de apenas uma das doses, é preciso se dirigir aos postos para realizar o complemento da segunda dose.

O intuito é vacinar 39 milhões de pessoas ao longo da campanha nacional, cerca de 20% dos brasileiros. Foram disponibilizadas neste ano 60,2 milhões de doses da tríplice viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. Para o próximo ano, o Ministério anunciou a aquisição de mais 65,2 milhões de doses. O público-alvo será ampliado, abrangendo também as faixas de 50 a 59 anos.

Casos

Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre sarampo, de janeiro até outubro deste ano já haviam sido confirmados 6.640 casos e seis mortes. De 7 de julho a 29 de setembro, foram confirmados 5.404 casos. Um total de 22.564 suspeitas ainda estão em investigação. Outras 7.554 foram descartadas. O período concentrou 81% dos casos confirmados neste ano.

Esses episódios ocorreram em 19 Unidades da Federação, sendo a quase totalidade em São Paulo, com 5.228 casos (96,74%) em 173 cidades, principalmente na Região Metropolitana da capital paulista. Em seguida vêm Paraná (39 casos, em 10 cidades), Rio de Janeiro (28, em 9 municípios), Minas Gerais (25, em 8 localidades) e Pernambuco (24, em 8 cidades).

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que usa uma metodologia diferente da do governo federal, registrou 12 mortes relacionadas a complicações do sarampo em todo o estado neste ano.

Como os registros estão em municípios específicos, quem desejar mais informações deve buscar a Secretaria de Saúde do seu estado para saber se a sua cidade está entre os locais de ocorrência da doença. Entre as mortes, cinco foram em São Paulo e uma, em Pernambuco.

Sobre a doença

Causado por um vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.

Mesmo quando o paciente não vai a óbito, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis. Quando a doença ocorre na infância, o doente pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.

Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas do paciente.

Feita por meio da vacinação, a prevenção ao sarampo é fundamental, já que não há tratamento para a doença. O tipo da vacina varia conforme a idade da pessoa e a situação epidemiológica da região onde vive, ou seja, é necessário levar em conta a incidência da doença no local. Quando há um surto, por exemplo, a dose aplicada pode ser do tipo dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola.

Há, ainda, as variedades tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela, mais conhecida como catapora). As vacinas estão disponíveis em unidades públicas e privadas de vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece doses gratuitamente, em mais de 36 mil salas de vacinação, em postos de saúde de todo o Brasil.

O governo brasileiro recomenda que pessoas na faixa entre 12 meses e 29 anos de idade recebam duas doses da vacina. Para a população com idade entre 30 a 49 anos, a indicação é de uma dose.

Recentemente, o Brasil perdeu o certificado de eliminação da doença. Na semana passada, passaram a apresentar semelhante condição quatro países da Europa: Reino Unido, Grécia, República Tcheca e Albânia. De acordo com o Ministério da Saúde, no primeiro semestre deste ano, Cazaquistão, Geórgia, Rússia e Ucrânia concentraram 78% dos casos registrados na Europa.







 

Fonte: Agência Brasil
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