A diretora adjunta da Politec, Ana Júlia Frazão, explica que o novo protocolo permite que os profissionais consigam identificar, nos locais de crimes, sinais que caracterizam um feminicídio, contribuindo com a solução do caso.
Em muitos casos, em uma investigação de um crime no qual a vítima é uma mulher, a perícia criminal, com base nas pistas, pode chegar à conclusão de que o caso trata-se de um feminicídio (crimes praticados contra a mulher). O Brasil ocupa a quinta posição no ranking de países com o maior número deste tipo de crime, uma realidade que atinge todas as esferas sociais.
Diante deste cenário, o estado de Rondônia tem inovado quanto à resolução desses crimes, seja com investimentos tecnológicos ou a melhoria do trabalho da Polícia Técnico-Científica (Politec), que conta agora com um novo Protocolo de Feminicidio, lançado nesta quarta-feira (4), durante evento em alusão ao Dia Nacional do Perito Criminal. A solenidade contou ainda com premiações e entrega de certificados.
A diretora adjunta da Politec, Ana Júlia Frazão, explica que o novo protocolo permite que os profissionais consigam identificar, nos locais de crimes, sinais que caracterizam um feminicídio, contribuindo com a solução do caso.
“Alguns sinais como tortura e descaracterização da beleza física da mulher, apontam que naquela cena de crime não ocorreu apenas um homicídio, mas um feminicídio. E essa rápida identificação do tipo de crime faz com que o trabalho da justiça seja rápido e eficaz”, afirmou a diretora.
CONCURSO DE REDAÇÃO
Para disseminar o conhecimento e a importância do trabalho da perícia criminal, a Politec, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e a Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas), realizou um concurso de Redação com o tema: “Perícia Criminal – A investigação cientifica a serviço da justiça”.
Alunos de quatro escolas estaduais de Porto velho, Escola Castelo Branco (zona central), Mariana (zona leste), Capitão Cláudio (zona sul) e 4 de Janeiro (zona norte) foram premiados durante o evento, com tablets e certificados.
A estudante da escola Mariana, Eremilta Linhares, diz que a experiência é gratificante. “É uma honra para nós, alunos, estarmos aqui. Não só pelo fato de termos sido selecionados, e sim porque falar do trabalho da perícia criminal é algo importante e todos devem conhecer”, explicou a estudante que ficou entre os três colocados da escola Mariana.
Na oportunidade, os peritos criminais receberam ainda uma homenagem do Governo de Rondônia, além de certificados como forma de agradecimento aos serviços prestados. Edison Rigoli, que atua na profissão há 11 anos, diz que ser perito criminal vai além de desvendar crimes. “O nosso trabalho busca sempre a verdade. Somos preparados e usamos métodos e técnicas que estão no mesmo nível do restante dos estados e países. E isso propicia que possamos contribuir com o avanço da justiça e do país”.