Nos últimos cinco dias – de 18 a 22 de julho – houve um aumento assustador nos números do coronavírus no Estado, em relação à média do período anterior considerado nesta análise, que é de 6 a 17 de julho: essa média de novos casos, que era de 470, foi para 765 no Estado e de 231 para 416 na Capital. Na comparação entre estes dois períodos, a média de mortes dia aumentou de 11 para 14 no Estado e de 6 para 8 óbitos em Porto Velho, tabela abaixo:
A evolução da pandemia em Rondônia a partir do dia 06 de julho tem apresentado variações bruscas, principalmente nos últimos cinco dias, de sábado (18) a quarta-feira (22). O principal motivo dessas oscilações é a falta de kits para exames PCR no LACEN. Em função disso, as amostras estão sendo enviadas para Fiocruz-RJ e demora alguns dias para sair os resultados. O governo de Rondônia está omitindo este fato da população, mas este problema da falta de kits foi noticiado pelo Jornal O Estadão de São Paulo, em 13 de julho.
O teste RT-PCR é capaz de detectar precocemente a presença do novo coronavírus no sistema imunológico e com alta precisão, ele é considerado fundamental para diminuir o risco de propagação da doença; além de ser necessário para confirmar se causa de uma morte é covid-19. “Como havia uma programação original do envio, alguns Estados não fizeram processos próprios de aquisição”, disse a diretora do laboratório LACEN Cicileia Correia da Silva à reportagem de “O Estadão”, sobre os motivos do Estado não ter adquirido os kits antes, os quais atualmente estão em falta no mercado.
Diante do cenário atual, de reabertura geral das atividades econômicas – tendo saído da Fase I diretamente para Fase III –, sem kits de exame PCR no LACEN para se ter dados atualizados de novos infectados/mortes e com a população completamente despreocupada e alheia às medidas de prevenção, a tendência será de um agravamento progressivo da tragédia pelo coronavírus, principalmente, nas próximas três semanas.
* Itamar Ferreira é advogado e responsável pela Coluna Reticências Políticas.