PF mira empresários que usavam laranjas para fraudar tributos em Rondônia
Ao todo, a PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rolim de Moura e Alta Floresta D'Oeste. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
A Polícia Federal (PF) de Ji-Paraná (RO) deflagrou uma operação, nesta terça-feira (4), para desarticular um grupo criminoso composto por grandes empresários do estado. Segundo investigação da Operação Macchiato, os comerciantes usavam nomes laranjas para fraudar tributos da União.
Ao todo, a PF cumpre 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rolim de Moura e Alta Floresta D'Oeste. Os nomes dos investigados não foram divulgados.
Como o esquema funcionava:
Empresários do estado abriam empresas fictícias em nomes de laranjas;
Depois, os comerciantes passavam a emitir notas fiscais fraudulentas;
Os criminosos também faziam compra e venda de café;
Com a movimentação milionária através das empresas falsas, os empresários encerravam o negócio sem quitar qualquer obrigação tributária;
Segundo a PF, uma das empresas, localizada na cidade de Rolim de Moura, movimentou mais de R$ 94 milhões de modo simulado em um período de nove anos, a partir de empresas com algum indício de interposição.
"Com clara divisão de tarefas, além dos beneficiários diretos, também foram identificados núcleos responsáveis pela criação das empresas fictícias, pela arregimentação de “laranjas”, pela emissão e controle das notas emitidas e pela movimentação dos valores provenientes das infrações penais investigadas", afirma a PF.
De acordo com a PF, os envolvidos poderão ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, “lavagem” de dinheiro, falsidade ideológica e por crimes contra a ordem tributária.
Operação Macchiato
O nome da operação é 'inspirado' em uma modalidade de preparo de café, tipicamente italiana. "Traduzida do italiano, a expressão “Macchiato” significa “manchado”, o que acaba remetendo à mácula causada à imagem das grandes empresas beneficiadas pelo ilícitos fiscais e criminais praticados".