Como todos sabiam que o segundo turno seria inevitável na Capital, dez entre dez estrategistas das demais candidaturas a prefeito torciam por duas coisas: a primeira, logicamente é a de estarem no segundo turno e a segunda era ter no confronto Hildon Chaves, atual prefeito e candidato a reeleição.
A análise é simples, como todo candidato à reeleição Hildon apresenta o chamado “desgaste de material” natural em todo candidato a reeleição, teve uma gestão apagada durante três anos e meio, desandou a fazer asfalto às vésperas da eleição, o que foi criticado por adversários que consideram as obras eleitoreiras e sem a necessária drenagem para garantir maior durabilidade.
Além disso, o prefeito ficou notório por ser um contumaz viajante, principalmente aos Estados Unidos, inclusive tendo passado virada de ano em outras paragens, fato raro entre os prefeitos de qualquer cidade. Como demagogicamente doa seu salário de alcaide age na prática como se fosse um prefeito “voluntário”, que não poderia ser muito cobrado, já que “nada recebe”.
Fruto disso, ele tem quase que o dobro da rejeição da concorrente, neste segundo turno, Cristiane Lopes 27% a 18% segundo a última pesquisa do Ibope. Então, logicamente, os estrategistas da Campanha da Cristiane estão comemorando duas coisas: a virada de votos que a levou ao segundo turno e ter o “candidato ideal” para concorrente, o Hildon Chaves.
Há que se observar nas primeiras pesquisas que serão divulgadas nos próximos dias a tendência dos eleitores dos demais candidatos agora no segundo turno, além das possíveis declarações de apoio dos concorrentes do primeiro turno; mas, sem querer ser vidente, é possível que uma parte significativa desses votos vá para Cristiane Lopes, pois quem não vota na reeleição no primeiro turno tem a tendência de não o fazer no segundo.
Como acontece muito em eleições sindicais, a chapa da situação sempre tem um percentual grande de votos, mas muitas vezes não é suficiente para conseguir 50% + 1 da votação; com isso, o ideal para quem concorre à reeleição, nestes casos, é que tenha várias chapas concorrentes, pois os votos dos descontentes se dividem entre elas e facilita a vitória. No segundo turno só tem “duas chapas”; logo, se a rejeição for muito grande e os descontentes forem mais de 50%, teremos uma mulher como próxima prefeita de Porto Velho.