Tambaqui combina com Rondônia, mas também com o Brasil inteiro. Bandas saborosas do peixe rico em proteína alcançarão a mesa dos cidadãos do Norte ao Sul no dia 19 deste mês. O II Festival Nacional do Tambaqui da Amazônia foi anunciado pelo Governo de Rondônia, em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (6), no Palácio Rio Madeira. O objetivo é incentivar o consumo do tambaqui em nível nacional, e desta maneira fomentar a economia rondoniense.
Com maior abrangência e ainda mais ousado, o festival que teve sua 1ª edição nacional em 2019 com a distribuição de bandas de tambaqui assadas, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, volta ao cenário nacional este ano levando Rondônia a destacar-se pelo feito de conseguir movimentar o Brasil em torno de uma cadeia produtiva. O evento será realizado de maneira simultânea e inédita em Porto Velho, 32 municípios do interior, nas outras 25 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
O investimento do Poder Executivo na organização do festival supera os R$ 500 mil, recurso proveniente do Fundo de Investimento e Desenvolvimento Industrial do Estado (Fider). Em mensagem para os rondonienses e para todo o Brasil, o governador de Rondônia Marcos Rocha, destacou a expectativa de levar o festival para todas as capitais do Brasil e dar a oportunidade de saborearem o melhor tambaqui assado do país.
TICKETS À VENDA
Para Marcos Rocha, o festival será um grande impulsionador de negócios para Rondônia que é o maior produtor de peixe nativo da região Norte e o terceiro do país. Segundo o gestor da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Evandro Padovani, responsável pela execução do festival, serão 35 mil bandas do peixe assadas; dessas, cerca de 18 mil em Rondônia. Cada uma custará R$ 20 e serão distribuídas em caixinhas padronizadas de papelão.
Os tickets para aquisição das bandas já estão disponíveis para a compra na sede da Seagri no Palácio Rio Madeira (PRM), e também nos escritórios da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos municípios.
No dia 19, um domingo, haverá exclusivamente a retirada dos produtos na modalidade drive-thru. Em Porto Velho, a retirada será no estacionamento do palácio, a partir das 10 horas, e envolverá mais de 50 pessoas para assar cerca de 4 mil bandas de tambaqui.
De acordo com a Seagri, o recurso arrecadado no festival será destinado a entidades filantrópicas. Em Porto Velho, o valor será doado ao Hospital Santa Marcelina. A diretora-geral da Unidade de Saúde, irmã Lina Ambiel, agradeceu o gesto de solidariedade. ‘‘Parabenizo a iniciativa de realizarem esse evento e peço a Deus que tenham excelentes resultados, pois além de tudo é uma ação solidária. Essa ajuda está vindo em boa hora e será aplicada em nossos programas de promoção da Saúde’’, explica a diretora.
PRODUÇÃO DE TAMBAQUI
De acordo com o secretário da Seagri, a produção de peixes em Rondônia alcança cerca de 15 mil hectares de lâmina d’água, sendo que 80% da produção corresponde a espécie tambaqui. Pontuou ainda que são mais de 4,3 mil propriedades licenciadas no Estado, e juntas produzem aproximadamente 75 mil toneladas. A produção é considerada reflexo das políticas públicas aplicadas no setor e das ações integradas com parceiros. ‘‘O Governo atual tem apoiado o setor produtivo, e temos a orientação de potencializar todas as cadeias produtivas do Estado, e para isso trabalhamos em conjunto com instituições, e toda a sociedade, e essa união de esforços é que tem feito Rondônia vencer os desafios e demonstrar a qualidade dos nossos produtos’’.
A expectativa de avanços para o setor é grande. ‘‘No festival de 2019 em Brasília, conseguimos um aumento na procura por pescado de 300% a mais. Tenho certeza que teremos também bons resultados com este grande evento que está sendo preparado em nível nacional tanto nos estados, quanto para o mercado internacional’’, considera Padovani.
PARCERIAS
O festival está sendo executado pela Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), Entidade Autárquica de Assistência e Extensão Rural (Emater-RO), Superintendência Estadual de Desenvolvimento e Infraestrutura (Sedi), em parceria com a Associação dos Criadores de Peixes de Rondônia (Acripar), o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Lions Clube, Zaltana Pescados, Agrofish, Pescados Do Vale, Nova Aurora e WS Pescados da Amazônia.
Os peixes que seguem para as capitais do país são processados pela Zaltana; os de Rondônia será pela Rondofish, e em Ariquemes serão processados pela empresa Pescado Do Vale.
O diretor-presidente da Emater, Luciano Brandão, pontuou que os técnicos da instituição estão mobilizando a realização do festival em 32 municípios. ‘‘Existe uma parceria enorme para que esse festival aconteça, que envolve prefeituras, câmaras de vereadores, empresários, imprensa; todos envolvidos nesse movimento que já é o maior do Brasil em divulgação do tambaqui. Isso é muito importante para levar essa preciosidade da Amazônia para o Brasil e para o mundo, fazendo com que a cadeia produtiva do pescado cresça cada vez mais’’.
Para o diretor executivo da Sedi, Avenilson Trindade, o festival é um projeto ousado e deve fortalecer a cadeia produtiva. ‘‘Temos melhorado nossos indicadores de produção, tecnologia e qualidade. Em anos anteriores, não encontrávamos o tambaqui nem no cardápio de restaurantes dentro do Estado, e hoje é comum, e agora buscamos ampliar isso para o Brasil. E o resultado vai impactar no desenvolvimento econômico, com alcance de mais mercado e geração de mais empregos, e alcançarmos o mercado externo, pois hoje a nossa exportação está concentrada em carne e soja, mas há espaço para muitos outros seguimentos’’.
Para o diretor técnico do Sebrae em Rondônia, Samuel de Almeida, o festival vai promover o desenvolvimento de forma sustentável aproveitando o potencial em piscicultura que existe no Estado. ‘‘Irá estimular a larga escala de produção beneficiando os nossos produtores, aumentando cada vez a oportunidade de trabalho e renda, e impactando indicadores econômicos’’.
O presidente da Associação dos Criadores de Peixes de Rondônia (Acripar), Francisco Hidalgo Farina, pontuou que Rondônia está fazendo algo singular no Brasil. ‘‘Promover a cadeia do pescado em nível nacional é um trabalho maravilhoso, pois desta forma colocamos o nosso tambaqui no mercado, e Rondônia em evidência, criando uma fronteira de desenvolvimento, não só na cadeia produtiva do peixe, mas em muitas outras produções. Parabenizo o Governo do Estado pela condução dessa iniciativa, o que permite que Rondônia esteja em crescimento constante”, finaliza.