Mais de 100 mil filhotes de tartaruga serão soltos no rio Guaporé, região de Costa Marques neste domingo, 5
A soltura dos animais aquáticos já é uma tradição no município e atrai muita de pessoas para assistir o espetáculo da natureza, onde os pequenos animais ganham uma força do homem, neste ciclo natural.
Neste domingo (5), mais de 100 mil tartaruguinhas (podecnemis expansa) vão ganhar o rio Guaporé pela primeira vez. A soltura dos filhotes de quelônios acontece na Praia Ponta da Ilha, em Costa Marques. Há mais de 20 anos, neste período, por meio do projeto Quelônios da Amazônia da Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale), em parceria com o Governo de Rondônia, milhares de filhotes são soltos no curso do rio com o objetivo de repovoação da espécie.
A soltura dos animais aquáticos já é uma tradição no município e atrai muita de pessoas para assistir o espetáculo da natureza, onde os pequenos animais ganham uma força do homem, neste ciclo natural.
PRESERVAÇÃO
Em Rondônia, as ações de preservação da espécie acontece no período da desova, de setembro a dezembro, quando os ovos eclodem e nascem as tartaruguinhas-da-amazônia. Os servidores da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) ajudam na fiscalização e monitoramento dos ninhos para protegê-los de predadores.
Eles atuam com a participação das comunidades tradicionais na conservação das espécies que são consideradas vulneráveis, para o fortalecimento do projeto e ampliação dos resultados.
Neste ano, a equipe da Coordenadoria de Educação Ambiental (Ceam) e do Escritório Regional de Costa Marques realizaram os trabalhos ambientais em apoio a Ecovale na Praia Ponta da Ilha.
O monitoramento da desova das tartarugas foi a 1ª etapa dos trabalhos, com a identificação e quantificação dos ninhos, na intenção de levantar informações a fim de proteger a espécie, contra a captura e pesca ilegal, uma vez que na região existe um alto consumo de carne e ovos de tartarugas.
No período depois da desova, a equipe da Sedam retornou à Praia Ponta da Ilha para monitorar e construir uma cerca ao redor da praia, para proteger os ninhos.
Nesta etapa que antecede à soltura, as tartaruguinhas são retiradas dos ninhos e transferidas (manejadas) para uma área segura, que são os cercados de incubação localizados na praia, até o momento da soltura. “Com esse apoio e coleta conseguimos ter uma taxa de natalidade maior, pois após a coleta e realizado a soltura em praia aberta e com todo apoio para que elas cheguem à água sem intercorrências naturais” explica o biólogo Leandro Almeida.
MANEJO
A intenção da coleta prévia é diminuir o índice de mortalidade, desses animais. Em um ninho contém em média de 120 a 180 ovos e apenas 20% desses animais vão chegar aos rios e desses, somente 2% chegarão à vida adulta. Existem cerca de 142 mil matrizes manejadas na região amazônica, sendo que 77% destas são encontradas em território brasileiro.
“Os programas que a Sedam vêm apoiando, visam realizar trabalhos voltados a avaliação de estruturas das populações e conservação da população dos quelônios adultos, além de desenvolver ações de educação ambiental e manejo nas praias por meio da Ceam” finaliza Leandro Almeida.
Atualmente as tartarugas da Amazônia são uma das espécies mais ameaçadas devido a coleta excessiva dos ovos e tartarugas adultas, para consumo e venda ilegal (biopirataria).
CURIOSIDADE
Como em muitas espécies de quelônios, a determinação da tartaruga-da-amazônia depende da temperatura, ou seja, a temperatura no interior do ninho durante o segundo terço da incubação determina o sexo dos filhotes: temperaturas altas geram mais fêmeas e temperaturas baixas geram mais machos.