Um mutirão de busca ativa e de exame de contatos das pessoas que estão em tratamento para hanseníase e, também, para detectar eventuais novos casos da doença na população de Porto Velho será realizado de 17 a 22 de janeiro de 2022. Agentes comunitários de saúde visitarão casas para preencher um questionário que indicará se há, no imóvel, pessoas com sinais e sintomas da doença.
O assunto fez parte de uma agenda de compromissos que Carmelita Ribeiro Filha, coordenadora geral de Vigilância das Doenças em Eliminação, do Ministério da Saúde, cumpriu em Porto Velho.
A busca ativa e o exame de contatos fazem parte da Semana de Mobilização Nacional de Hanseníase, que será realizada pela Prefeitura Municipal e tem como expectativa a ampla participação da população para que casos novos sejam diagnosticados precocemente. Os casos descobertos serão imediatamente encaminhados para o tratamento nas unidades básicas de saúde da capital.
O atendimento nas unidades de saúde será feito por profissionais que foram capacitados por especialistas/colaboradores do Ministério da Saúde.
QUESTIONÁRIO
Moradores de bairros selecionados para a semana de mobilização vão responder a perguntas que indicarão, ou não, se há pessoas com sinais e sintomas da hanseníase.
Os questionários incluem perguntas sobre a existência de moradores com manchas na pele com alteração de sensibilidade, caroços no corpo, formigamento, mãos ou pés dormentes.
“É um grande trabalho de enfrentamento de uma doença que já deveria estar eliminada como problema de saúde pública”, afirma Carmelita Ribeiro Filha, que falou sobre a mobilização com a secretária municipal da saúde, Eliana Pasini.
Além da equipe de técnicos do Ministério da Saúde, a secretária Eliana também recebeu a equipe da Ong NHR Brasil para tratar da parceria entre o município e a organização por meio do projeto de pesquisa “Integração do SUS e SUAS para abordagem psicossocial e redução de estigma em hanseníase”.
O projeto é inovador e dele são esperados os melhores resultados para o cuidado integral às pessoas acometidas pela hanseníase e suas famílias.
Representantes da Ong disseram que o projeto prevê ações para conter a vulnerabilidade das pessoas, que passarão a ter facilitado o acesso ao tratamento e melhoria nas condições de vida.
A secretária Eliana Pasini afirmou que a mobilização terá apoio total da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). Ela também detalhou iniciativas que estão em andamento para o enfrentamento da doença no município.
A reunião encerrou com o compromisso da secretária em fortalecer a unidade de saúde Rafael Vaz e Silva, que é referência municipal em hanseníase, para o cuidado psicológico e grupo de autocuidado.
NÚMEROS
O Brasil registrou, nos últimos 10 anos, 312 mil casos de hanseníase. Destes, 30% apresentaram algum tipo de incapacidade física, sendo que alguns tiveram comprometidas as habilidades para o trabalho ou atividades cotidianas.