Sem reajuste, proposta patronal provocará mobilização de trabalhadores de instituições de ensino com indicativo de greve
O representante do sindicato patronal de estabelecimentos de ensino privados de RO apresentou como nova proposta o índice de reajuste de 5%, o mesmo da reunião anterior.
Em reunião de negociação realizada na tarde desta terça-feira (12), entre a entidade patronal Sindicato dos Estabelecimentos de ensino Particulares (SINEPE) e o Sindicato dos Professores de Instituições de Ensino Superior Privadas (SINPRO) e Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado (SINTEEP), o presidente do SINPRO/SINTEEP, Prof. Luizmar Neves, foi categórico ao afirmar que "é impossível aceitar a proposta que os patrões propuseram na reunião anterior" e cobrou do SINEPE uma proposta que contemplasse minimamente as perdas salariais da categoria em relação à inflação medida pelo INPC-IBGE.
O representante do sindicato patronal, Alexandre Porto, apresentou como nova proposta o índice de reajuste de 5%, o mesmo da reunião anterior, além de aumentar de 50% para 60% as bolsas concedidas aos professores.
O presidente Prof. Luizmar Neves ressaltou que a proposta irrisória de reajuste salarial apresentada é a mesma da reunião anterior e, o mais grave, é a tentativa patronal de retrocesso em cláusulas sociais, que permite que a categoria tenha uma ampla gama de serviços relacionados a saúde e ao bem-estar dos seus representados, prestados através do SINPRO/SINTEEP. Além disso, Luizmar destacou que a proposta patronal não contempla nem a metade da inflação do último ano, que é de aproximadamente 12%.
O SINPRO/SINTEEP afirmou que depois de vários anos recebendo reajustes salariais inferiores à inflação a categoria não aceitará um aumento inferior aos 12% ou ao índice fechado para o mês de abril do INPC-IBGE, além de um percentual de ganho real visando recuperar perdas acumuladas de anos anteriores.
O presidente do SINPRO/SINTEEP apresentou uma nova contraproposta de 17,33%, que contemplaria a inflação dos últimos 12 meses e um aumento real de 5% aproximadamente.
Já o SINEPE afirmou que o setor patronal "vem avançando em suas propostas em cada reunião e que é importante ressaltar que, pelo aspecto econômico e até mesmo pela pandemia, a educação foi um dos últimos segmentos a voltar a sua normalidade".
O representante patronal, Alexandre Porto, destacou, ainda, que nos últimos anos o setor vem tendo perda significativa de alunos/acadêmicos; sendo que em alguns casos chegam a conceder 60% de desconto nas mensalidades.
O Prof. Luizmar Neves informou que a proposta irrisória dos patrões certamente será rejeitada pela categoria e que o SINPRO/SINTEEP iniciará imediatamente uma ampla campanha de esclarecimento e mobilização, inclusive com indicativo de greve; além disso a postura patronal provocará outros desdobramentos como mediação pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e instauração de Dissídio Coletivo, econômico ou de greve, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).