Acidentes de trânsito trazem prejuízo e aumentam número de serviços prestados pelo Samu em Porto Velho
A perspectiva da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que se nada for feito para reduzir os índices, as mortes no trânsito chegarão a 2,4 milhões a cada ano até 2030.
O número de pessoas feridas em acidentes de trânsito no Brasil segue expressivo. Em Porto Velho, os números foram altos, inclusive quando a pandemia exigiu que a circulação de pessoas fosse reduzida. Estatisticamente, o número de ocorrências de acidentes de trânsito foi superior aos atendimentos por covid-19.
Segundo dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), foram atendidas 15 mil ocorrências entre 1º de maio e 31 de dezembro de 2021, e 32% resultaram em algum tipo de trauma.
“Os atendimentos clínicos são a maioria, entretanto, o volume de eventos relacionados a acidentes de trânsito é preocupante”, avalia Raymisson Correa, gerente do Samu do Município.
Na maior parte dos casos estão envolvidos motocicletas e carros, num total de 1,1 mil ocorrências. Entre as vítimas, 30% são pessoas de 20 a 40 anos. “Podemos considerar este grupo etário o mais vulnerável nestas ocorrências”, enfatiza Raymisson.
Os acidentes podem resultar em lesões permanentes, cicatrizes, incapacidade motora parcial ou total e aposentadoria compulsiva. Mas os estragos vão além. Podem provocar impactos sociais, ambientais e psicológicos, incluindo, ainda, a grande demanda de leitos hospitalares, faltas ao trabalho, indenizações e gastos materiais. Em um período de seis meses, os acidentes afastam em média 200 pessoas, por dia, do mercado de trabalho do país.
CAMPANHAS
A resposta do município é investir em melhorias e educação para o trânsito, disseminar a campanha Maio Amarelo, orientar sobre o risco de dirigir sob efeito do álcool, entre outras ações. Segundo o gerente do Samu em Porto Velho, estas providências são acrescidas às campanhas de prevenção, que envolvem outras instituições.
As atividades são feitas em parceria com a Secretaria Municipal de Trânsito, Mobilidade e Transportes (Semtran), Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação (Semob) e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
A participação do Samu nos debates para reduzir os acidentes nas ruas também é forte no Comitê Municipal Viário de Trânsito, que reúne órgãos parceiros e contribui na articulação de busca por soluções.
IMPACTO
“Os acidentes trazem impactos que precisam ser bem avaliados pela sociedade. Em geral, numa casa, toda a família é afetada. O sistema de saúde mobiliza equipes para cuidar dos feridos e as cirurgias eletivas, por exemplo, podem ser adiadas”, lembra Raymisson.
A perspectiva da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que se nada for feito para reduzir os índices, as mortes no trânsito chegarão a 2,4 milhões a cada ano até 2030, e que serão entre 20 milhões e 50 milhões os sobreviventes a cada ano com traumatismos e ferimentos.
INOVADOR
Para os serviços em geral, o Samu de Porto Velho conta com o Sistema Vsky ou Velp Tecnologia, plataforma totalmente desenvolvida no município e única na região Norte.
Com ela, os paramédicos conseguem grandes avanços a partir do próprio telefone celular. Entre outros benefícios, o sistema oferece gráficos importantes e até indica eventuais falhas que podem ser corrigidas.
O sistema apresenta o caminho mais rápido a ser percorrido pela ambulância e, no cenário do atendimento, acelera a prestação de orientações importantes para a tomada de decisão do médico plantonista. Também gera economia, melhora o tempo para resposta a cada evento.
“Este mecanismo foi premiado na mostra estadual de iniciativas do Conselho de Secretários Municipais de Saúde e vai concorrer nacionalmente”, comemora Raymisson.