Em parceria, Agevisa promove ação de vigilância em saúde, na comunidades quilombolas de Costa Marques
O trabalho em campo ajuda as equipes de saúde a traçarem um perfil epidemiológico que subsidia os órgãos públicos no atendimento, inclusive com entrada registrada no SUS.
A Agência Estadual de Vigilância em Saúde – Agevisa, em parceria com a Associação Beradeiro, realizou uma série de ações na região do Vale do Guaporé para atender as comunidades com testagem rápida para HIV, Sífilis, Hepatites B e C, e oferta de insumos de prevenção e rastreamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST.
O diretor-geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima comentou que a parceria é uma forma de ampliar o atendimento da vigilância epidemiológica para as comunidades e cria oportunidades de acesso às políticas públicas de saúde de prevenção e promoção, inclusive com a realização de diagnóstico de sífilis, hepatites virais e HIV. “As atividades chamam a atenção da comunidade para os cuidados com a saúde e proporciona interação com os agentes de saúde das localidades”.
FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA
O primeiro atendimento aconteceu na comunidade quilombola do Forte Príncipe da Beira, no município de Costa Marques, onde vivem cerca de 80 famílias. A equipe de agentes de saúde viajou 12 horas, da Capital, Porto Velho até o município de Costa Marques, onde desenvolveu ações de prevenção, promoção e diagnóstico.
No local, o projeto “Rondônia Viva Melhor Sabendo” teve o apoio da associação local, Exército Brasileiro e a Secretaria de Saúde do município.
O presidente da associação quilombola do Real Forte Príncipe da Beira, Alves Pessoa ressaltou que a assistência é uma forma de manter o povo saudável e assim preservar a cultura dos quilombolas. “Temos idosos, adolescentes e crianças que precisam de atenção. Estou aqui há mais de duas décadas e nossa população é nossa história e nossos jovens são o futuro de nossa identidade. Manter a população sadia é preservar nossa identidade”.
A moradora Aline Cristiane Gouveia explicou que “a vacinação foi importante para as crianças, pois é muito difícil para gente ir à cidade. O teste rápido, se não fosse a ação, nem saberia quando fazer”.
COMUNIDADE SANTA FÉ
A segunda visita foi realizada na comunidade quilombola de Santa Fé, pertencente ao município de Costa Marques, nas proximidades do rio Guaporé. Conhecido como território “Negros do Guaporé”, a região tem como peculiaridade a fronteira Brasil/Bolívia, a produção de farinha e o isolamento causado em dias de intensas chuvas.
Os profissionais do projeto Beradeiro e da Agevisa, com o apoio da prefeitura do município e da associação local, realizaram um dia de atendimento preventivo, de promoção, imunização e diagnóstico, para cerca de 14 famílias.
A moradora da comunidade, Dalva da Silva Almeida relatou que essa é a primeira vez que o teste rápido é realizado na comunidade. “É uma oportunidade de estarmos cuidando da nossa saúde”.
A aposentada Mafalda da Silva Gomes, de 70 anos, nasceu na Comunidade Quilombola de Laranjeiras, mas vive há 34 anos em Santa Fé. Foi atendida pelas equipes de saúde. “Eu fiz testes de glicemia, do HIV e da Hepatite, e tomei a vacina da covid-19. Esse trabalho é muito importante, sem saúde não podemos trabalhar, estudar, não se pode fazer nada”.
INTERSETORIALIDADE
A Vigilância Epidemiológica da Agevisa, além de apoiar com insumos e parte da logística, participa com profissionais desenvolvendo ações no âmbito das ISTs, como: hepatites virais, sífilis e HIV-Aids, ofertando testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e C, material informativo e orientando sobre o plano de eliminação da hepatite C.
A Associação é promotora da reeducação sexual de adolescentes, jovens, adultos, idosos e seus familiares residentes em comunidades do campo, florestas residentes nas áreas fronteiriças ao longo do rio.
O presidente da Associação Beradeiro, Marcuce Antônio lembrou que as parcerias são importantes para que as ações alcancem cada vez mais os lugares distantes.
O trabalho em campo ajuda as equipes de saúde a traçarem um perfil epidemiológico que subsidia os órgãos públicos no atendimento, inclusive com entrada registrada no Sistema Único de Saúde – SUS. Na estratégia de intersetorialidade é importante a articulação das Organizações da Sociedade Civil – ONG, com a gestão e a estratégia de saúde da família.
“As visitas ajudam no mapeamento dessa população prioritária (quilombolas), pois, o acesso ao SUS requer uma articulação de saberes e experiências de planejamento, implementação, monitoramento e avaliação permanente das ações intersetoriais, bem como das responsabilidades e informações compartilhadas, a fim de alcançar a atenção à saúde com qualidade e na sua integralidade”, finalizou a coordenadora estadual do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV e Hepatites Virais, Gilmarina Silva Araújo.