O dia 29 de agosto é promovido como o Dia Nacional de Combate ao Fumo, e ao longo desta semana a Prefeitura de Porto Velho realizará ações de conscientização e prevenção quanto ao uso de álcool, tabaco e outras drogas por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), desenvolvido pelo Departamento de Atenção Básica (DAB), da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
As escolas Maria de Nazaré, Jânio Quadros, Padre Chiquinho e Maria Isaura vão receber as equipes de Estratégias em Saúde da Família (ESF) das Unidades Básicas Castanheira, Mariana, São Sebastião e Osvaldo Piana para debater o assunto com crianças e adolescentes.
Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que o tabagismo é considerado uma doença epidêmica. O alto grau de risco da doença é decorrente da dependência à nicotina e outros componentes inseridos na mistura do cigarro, o que inclui a doença na 10ª Classificação Internacional de Doenças (CID10), do grupo de transtornos mentais e de comportamento devido ao uso de substâncias psicoativas.
Além de ser uma doença primária, o tabagismo é um dos fatores cruciais que causam a piora de doenças com origens secundárias. Doenças incapacitantes e fatais, como o câncer, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas, entre elas, a Tuberculose, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), e mais recente, a covid-19.
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o fumo é responsável por 71% das mortes por câncer de pulmão, seguido por 42% das mortes respiratórias crônicas e 10% das mortes por problemas cardiovasculares. O número de mortes é ainda maior se somar as mortes de fumantes passivos, que de acordo com a OMS, são cerca de 1,2 milhão de pessoas por ano, incluindo crianças expostas aos componentes do cigarro durante a gravidez.
Em Porto Velho, dados da Semusa revelam que dos 10 mil usuários cadastrados fumantes nas unidades de saúde do município, mais de 63% dos dependentes são homens. A coordenadora do Programa de Tabagismo da Semusa, Cleide Silva Davy, explica que a maior incidência neste gênero são decorrentes da falta de cuidado com a própria saúde.
“Pelo fato das mulheres irem com mais frequência realizar exames ou consultas médicas, a presença delas por complicações severas causadas pelo fumo é menor, mas isso não exclui elas dos resultados que a dependência pelo fumo pode causar no organismo.
Já para os homens, infelizmente, essa estatística é maior porque o acompanhamento médico entre eles é menor. A maioria dos homens não procuram uma unidade de saúde porque o cuidado não é visto como uma prática masculina, padecem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres.", frisou Cleide Silva Davy.
Em julho de 2020 e abril de 2022 a Prefeitura de Porto Velho aderiu ao Plano de Implantação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo do SUS. Na época, o DAB implantou o Programa de Controle do Tabagismo presente nas unidades de saúde, da zona urbana e rural, com a capacitação de médicos e enfermeiros da atenção primária.
Para receber o tratamento, o interessado pode procurar uma das unidades de saúde ou solicitar através de um agente comunitário a participação no programa. O tratamento é realizado por meio de sessões semanais em grupo ou individualmente.